O Ministério da Saúde afirma que já estão asseguradas 354 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 para 2021. O custo estimado do total de doses até agora pode chegar a R$ 9,3 bilhões. O cálculo é baseado no valor divulgado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) com a importação de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, além da produção nacional e da CoronaVac, do Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac, que teve acordo anunciado nesta quinta-feira (7).
Estão garantidas dois milhões de doses da AstraZeneca importadas pela Fiocruz, segundo o ministério. O valor da dose informado pela fundação é de US$ 5,25 (R$ 28), o que totaliza R$ 28 milhões. A vacina é fabricada pelo Instituto Serum, na Índia, e deve chegar ao Brasil em meados de janeiro. A importação das doses prontas é a principal aposta do governo federal para começar a campanha de vacinação ainda em janeiro.
Além de importar dois milhões de doses prontas, o governo pretende receber em janeiro ingrediente importado para fabricar, na Fiocruz, 100,4 milhões de unidades do mesmo imunizante em 2021.
O laboratório brasileiro assinou um contrato de “encomenda tecnológica” com a AstraZeneca. As doses concluídas no Brasil devem ser entregues a partir de fevereiro. Em média, o governo pagará US$ 2,3 (R$ 12,39) pelo ingrediente necessário para fabricar cada unidade do imunizante, num total de R$ 1,2 bilhão.
Outras 110 milhões de doses da Fiocruz com a AstraZeneca terão produção integral nacional de agosto a dezembro. O custo estimado é de US$ 3,16 (R$ 17) por unidade, chegando a uma soma de R$ 1,8 bilhão.
Também estão previstas 42,5 milhões (provavelmente da AstraZeneca) de doses a serem adquiridas por intermédio do consórcio internacional Covax Facility, com estimativa de US$ 3,16 (R$ 17) a dose, num total de R$ 772,5 milhões.
CoronaVac
Nesta quinta-feira (7), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou um acordo com o Instituto Butantan para a compra de 100 milhões CoronaVac, que sera usada em todo o SUS. “Toda a produção do Butantan, todas as vacinas que estão no Butantan, serão a partir deste momento do contrato, incorporadas ao Plano Nacional de Imunização. Serão distribuídas de forma equitativa e proporcional a todos os estados, como cada uma das vacinas da AstraZeneca”, disse.
O preço de cada dose é de cerca de R$ 55 – cada pessoa deve receber duas vacinas em um intervalo de 28 dias. A estimativa totaliza R$ 5,5 bilhões.
Outras vacinas
O ministro da Saúde citou negociação com a Janssen, que, segundo ele, é o “melhor negócio” entre as vacinas. O preço é baixo e a imunização exige apenas uma dose, segundo ele. Mas a farmacêutica ofereceu somente 3 milhões de doses ao país, com entrega que começaria no segundo trimestre.
Pazuello afirmou ainda que negocia a compra da vacina russa Sputnik V, que será fabricada pela farmacêutica brasileira União Química. Além da compra de 30 milhões de doses da vacina da Moderna, com entrega após outubro. Cada unidade custaria US$ 37. O ministro criticou a proposta da Pfizer, que exige não responder pelos efeitos colaterais registrados no país.
As vacinas já garantidas para 2021pelo Ministério da Saúde
– 2 milhões da AstraZeneca importados pela Fiocruz – R$ 28 milhões
– 100,4 milhões da Fiocruz AstraZeneca até julho, com produção nacional com IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) importado – R$ 1,2 bilhão
– 110 milhões da Fiocruz / AstraZeneca (produção integral nacional de agosto a dezembro) – R$ 1,8 bilhão
– 42,5 milhões (provavelmente da AstraZeneca) a serem adquiridas por intermédio do mecanismo Covax Facility – R$ 772,5 milhões
– 100 milhões de doses da CoronaVac, do Instituto Butantan / Sinovac – R$ 5,5 bilhão.