A história narrada pelo motorista Cássio Moura, 32 anos, morador de União da Vitória (PR), traz um sentimento de alívio para ele e pode ajudar a entender um pouco mais sobre as condições de segurança dos ônibus operados pela empresa Costa & Mar, a dona do veículo em que morreram 51 pessoas num acidente na Serra Dona Francisca, em Joinville, no sábado.
Cássio é motorista da Prefeitura de União de Vitória. Aos finais de semana e em dias de folga, ele costumava fazer viagens de excursões contratado como terceirizado pela Costa & Mar. Levava grupos para o litoral paranaense, como Guaratuba, litoral catarinense, e Paraguai.
Na semana passada, Cássio conta que estava tudo acertado com o dono da Costa & Mar, Cérgio Costa, para que conduzisse o grupo do centro de candomblé no passeio do fim de semana a Guaratuba.
Mas Cássio não viajou. O motivo, garante, foi um defeito no ajuste do cinto de segurança do ônibus da Costa & Mar em que viajaria. O motorista, que se diz invocado e não acredita em algo do destino, chamou o dono da empresa - eram amigos pessoais - para conversar e falou que não iria mais.
- Eu fiquei desconfiado com a minha segurança por causa do cinto. Não sei, mas não estava engatando direito, me senti incomodado e desconfiado. Então falei para o Cérgio que não ia mais fazer a viagem. Ele ainda riu e não falou nada - recorda.
Horas depois, Cássio conta que recebeu um telefonema da mulher de Cérgio dizendo que o próprio marido e dono, que também é motorista, faria o transporte do grupo. Cérgio e o filho dele, de 12 anos, morreram no acidente.
- Eu fiquei triste em não fazer a viagem, lamentei na hora, pois é sempre um dinheiro que entra. Independente do que aconteceu, eu não posso julgar, botar a culpa do acidente nele nem do carro - diz ele, que receberia R$ 350 para a viagem, o que ajudaria no orçamento de casa.
Cássio conta que o ônibus que viajaria quebrou em Mafra e então outro coletivo da empresa foi enviado para lá. Os passageiros foram realocados nesse outro ônibus, que tinha capacidade maior, mas era mais usado, e que ainda acabou recebendo ocupantes de uma Van do mesmo grupo que também teve problemas mecânicos na estrada, antes da Serra Dona Francisca.
- Ele (Cérgio) era bom motorista, cauteloso, não tem como dizer o que houve - resigna-se.
No fim de semana, com a notícia do acidente, o telefone não parou na casa de Cássio. Eram amigos e conhecidos querendo saber se ele estava ou não no ônibus acidentado.
Na manhã desta segunda-feira, Cássio seguia ao volante de um ônibus, desta vez o da Prefeitura de União da Vitória. Entristecido e reservado, levava os familiares e amigos dos mortos para o sepultamento no cemitério São Cristóvão.
Fonte: Diário Catarinense
Cássio é motorista da Prefeitura de União de Vitória. Aos finais de semana e em dias de folga, ele costumava fazer viagens de excursões contratado como terceirizado pela Costa & Mar. Levava grupos para o litoral paranaense, como Guaratuba, litoral catarinense, e Paraguai.
Na semana passada, Cássio conta que estava tudo acertado com o dono da Costa & Mar, Cérgio Costa, para que conduzisse o grupo do centro de candomblé no passeio do fim de semana a Guaratuba.
Mas Cássio não viajou. O motivo, garante, foi um defeito no ajuste do cinto de segurança do ônibus da Costa & Mar em que viajaria. O motorista, que se diz invocado e não acredita em algo do destino, chamou o dono da empresa - eram amigos pessoais - para conversar e falou que não iria mais.
- Eu fiquei desconfiado com a minha segurança por causa do cinto. Não sei, mas não estava engatando direito, me senti incomodado e desconfiado. Então falei para o Cérgio que não ia mais fazer a viagem. Ele ainda riu e não falou nada - recorda.
Horas depois, Cássio conta que recebeu um telefonema da mulher de Cérgio dizendo que o próprio marido e dono, que também é motorista, faria o transporte do grupo. Cérgio e o filho dele, de 12 anos, morreram no acidente.
- Eu fiquei triste em não fazer a viagem, lamentei na hora, pois é sempre um dinheiro que entra. Independente do que aconteceu, eu não posso julgar, botar a culpa do acidente nele nem do carro - diz ele, que receberia R$ 350 para a viagem, o que ajudaria no orçamento de casa.
Cássio conta que o ônibus que viajaria quebrou em Mafra e então outro coletivo da empresa foi enviado para lá. Os passageiros foram realocados nesse outro ônibus, que tinha capacidade maior, mas era mais usado, e que ainda acabou recebendo ocupantes de uma Van do mesmo grupo que também teve problemas mecânicos na estrada, antes da Serra Dona Francisca.
- Ele (Cérgio) era bom motorista, cauteloso, não tem como dizer o que houve - resigna-se.
No fim de semana, com a notícia do acidente, o telefone não parou na casa de Cássio. Eram amigos e conhecidos querendo saber se ele estava ou não no ônibus acidentado.
Na manhã desta segunda-feira, Cássio seguia ao volante de um ônibus, desta vez o da Prefeitura de União da Vitória. Entristecido e reservado, levava os familiares e amigos dos mortos para o sepultamento no cemitério São Cristóvão.
Fonte: Diário Catarinense