Era um dia normal na chácara do médico Evandro Nicola, localizada na Linha Primavera Alta, interior do município de Maravilha. Um funcionário do local estava realizando o plantio de árvores, quando se assustou ao ver o que para ele era uma "cachopa de abelhas". Ao analisar com cuidado e limpar a vegetação ao redor, descobriu ser, na verdade, um fungo gigante, com a estrutura de cogumelo. "Coisas que só a mãe natureza é capaz de nos proporcionar", conta o médico.
O fungo encontrado por Evandro faz parte da do gênero Macrocybe, mas a espécie só será possível descobrir após a análise de um especialista da área. Porém, é impossível não ficar impressionado com seu tamanho: 62 cm de comprimento, e 18,2 kg. Por isso, Evandro não teve dúvidas de que precisava compartilhar o achado com especialistas da área, e entrou em contato com o curso de Ciências Biológicas da Unochapecó. "Fiz a doação do mesmo à Instituição e fiquei muito feliz em ver o interesse e comprometimento deles com a descoberta".
O trabalho de retirada dos fungos do local foi realizado pela equipe do Museu de Ciências Naturais da Universidade. Agora, entra em ação o trabalho dos profissionais do Museu para a conservação do achado, que deve seguir uma série de procedimentos padrões, para que depois ele integre o acervo.
"Esse é um tipo de fungo com muita água, pouco resistente, por isso, certamente no processo de conservação, ele não vai ficar como foi encontrado. Ele vai ser desidratado, e nisso vai perder 80% do volume, e a partir daí ele vai poder ser conservado. Isso se faz com fungos de modo geral, sempre com perda da qualidade visual. A dificuldade é que ele é muito espesso, muito grande, então vamos ter que cortar ele em fatias, pois não tem como desidratar inteiro. Se tentar desidratar ele em partes muito grandes, ele mofa, e isso é o maior inimigo de coleções científicas", explica o professor de Ciências Biológicas da Unochapecó, Adriano Dias de Oliveira.
Agora, após o fungo passar pelo processo de conservação, ele estará disponível para visitação no Museu da Unochapecó, junto ao acervo com demais exemplares nativos da nossa região. Uma oportunidade única para conhecer e entender melhor tudo o que integra a nossa biodiversidade do Oeste catarinense. "Para a Instituição, é um elemento incomum no acervo que nós temos, por isso só já se justifica, e o museu e o curso ficam muito agradecidos ao médico Evandro ter tido o interesse em disponibilizar esse material para a gente, pois certamente aqui ele tem um valor muito grande, e talvez lá ele se decompusesse e perdêssemos essa referência tão incomum", completa Adriano.
Fonte: Canal Ideal