Os destroços de um foguete Long March 5B chinês, que está descontrolado, devem atingir a Terra neste sábado (8). O problema é que esses pedaços possivelmente pesam toneladas e ainda não se sabe em local eles devem cair.
Segundo os cálculos científicos realizados até agora, a órbita do objeto indica que os possíveis pontos de pouso estão em qualquer lugar na faixa de latitude que vai do norte – pouco além de Nova York, Madri e Pequim – até o ponto mais ao sul do Chile e a cidade de Wellington, na Nova Zelândia.
A possibilidade da queda em território americano vêm preocupando os Estados Unidos, que está monitorando a faixa que pode ser atingida.
Para Wang Ya’nan, editor-chefe a revista Aerospace Knowledge, o perigo é quase nulo: “a maior parte dos destroços queimará durante a reentrada na atmosfera terrestre, deixando apenas uma pequena porção que pode cair no solo, e que deverá pousar em áreas distantes das atividades humanas ou no oceano”, disse em entrevista ao China Global Times, que pertence ao grupo oficial do Partido Comunista chinês.
Lixo espacial produzido por humanos
O professor Steven Freeland, membro do Conselho Consultivo da Agência Espacial Australiana, afirmou em um artigo publicado no site The Conversation, que estes devem ser alguns dos maiores destroços produzidos pelo ser humano a reentrarem na nossa atmosfera.
O incidente ocorre um ano após outro caso similar, quando, em 11 de maio de 2020, os restos de outro foguete chinês caíram na Terra, mais precisamente no Oceano Atlântico. Antes de cair, no entanto, o objeto deixou pedaços por vilarejos da Costa do Marfim, na África.
Grandes incidentes na corrida espacial
Freeland enumerou alguns casos de queda de lixo espacial na Austrália. Segundo o acadêmico, o país detém o recorde de local atingido pelo maior pedaço de lixo espacial: em 1979, a estação americana SkyLab se desintegrou sobre o oeste australiano, deixando destroços por toda a cidade costeira de Esperance.
Desde a década de 1970 pedaços de lixo espacial caem na Terra regularmente e são vistos com preocupação. Embora o incidente com a Skylab não tenha deixado feridos, esses eventos são potencialmente perigosos: mais de 70% da Terra são cobertos por oceanos, mas o problema são os 30% que restam. O professor afirma que as consequências podem ser desastrosas.
Já em 2007, pedaços de um satélite russo quase atingiram o passageiro de um voo entre Santiago, no Chile, e Auckland, na Nova Zelândia. “Quanto mais enviamos objetos para o espaço, mais aumentamos a chance de um desastroso pouso forçado”, explicou.
Com informações ND Mais