Equipes técnicas envolvidas na implantação do novo traçado ferroviário que ligará Maracaju, no Mato Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, no Paraná, se reuniram no Palácio Iguaçu, em Curitiba, na segunda-feira (8).
As empresas responsáveis pela elaboração dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica, Ambiental e Jurídica apresentaram os resultados prévios das análises aos governos do Paraná e do Mato Grosso do Sul.
Nesta terça (9) e quarta-feira (10), o grupo virá a Paranaguá, para conhecer os trechos do novo traçado. A previsão é levar o projeto a leilão ainda neste ano na Bolsa de Valores.
De acordo com o estudo prévio, serão implantados 1.285 quilômetros de trilhos, incluindo também um ramal ferroviário entre Foz do Iguaçu e Cascavel.
Serão construídos ainda nove terminais de carga entre os dois estados. Para Ratinho Junior, todo esse planejamento é essencial para que o projeto chegue redondo à Bolsa de Valores.
“Seria aí, uma segurança que o agronegócio que cresce no Mato Grosso do Sul e também no Paraná vai ter como escoar sua produção. As estatísticas dizem que cada dez anos o agronegócio no Paraná dobra de tamanho, e nós temos que, toda essa produção tem que chegar no porto”, disse o governador Ratinho Junior.
O diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, destacou o alinhamento entre os governos do Paraná e do Mato Grosso do Sul para tirar o projeto do papel.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, o agronegócio sul-mato-grossense terá um ganho logístico, o que vai facilitar o escoamento pelo Porto de Paranaguá.
“A expectativa é muito boa, há um alinhamento muito forte entre o Governo do Mato Grosso do Sul e o Governo do Paraná. O que é importante que é um entendimento não só dos governos como da própria sociedade e organizado setor produtivo da importância dessa ferrovia como modal de transporte de cargas em especial, como um modal que vai atender principalmente a exportação de produtos, tanto à granel quanto industrializados, mas que em especial, vai transformar as vidas das pessoas”, disse Jaime Verruck.
O projeto da Nova Ferroeste tem importância estratégica para o País e foi classificado como prioritário no Programa de Parcerias de Investimentos, do Governo Federal, o único projeto de ferrovia atualmente em andamento.
A inclusão garante celeridade na articulação com as entidades intervenientes, aquelas que acabam envolvidas nos processos de licenciamento, como o Ibama, a Funai, o ICMBio e Incra.
Os estudos levam em conta todas essas variantes, e estão sendo elaborados para ter o menor impacto possível em comunidades indígenas, quilombolas, assentamentos e unidades de preservação.
Áreas urbanas
Outra preocupação é com as áreas urbanas, evitando trechos que cruzem as cidades. Em Curitiba, por exemplo, os trilhos serão todos desviados, sem a passagem de trens por cruzamentos que podem gerar acidentes.
A ferrovia aproveita o traçado atual da Ferroeste, entre Cascavel e Guarapuava, e moderniza a descida da Serra do Mar, cujo trecho usado atualmente foi construído ainda no século XIX.
A previsão é movimentar, já no primeiro ano de funcionamento, até 40 milhões de toneladas por ano no chamado Corredor Oeste de Exportação, que vai até o porto, além de mais de 10 milhões de toneladas anuais nos terminais de Maracaju e Cascavel.
Os terminais de carga estão previstos para serem instalados em Maracaju e Amambaí, no Mato Grosso do Sul e, no Paraná, em Guaíra, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Balsa Nova, Curitiba e no Porto de Paranaguá.
São locais de grande zona de tráfego e de integração com outros modais logísticos, principalmente as rodovias.
Fonte: Michel Teixeira