A Polícia Civil cumpre dez mandados de busca e apreensão e oito de medida cautelar em uma ação que mira em funcionários suspeitos de desviar carne imprópria para consumo humano e revender para uma churrascaria. A operação deflagrada na manhã desta sexta-feira (29) ocorre em Itajaí e Balneário Piçarras, no Vale. A suspeita é de que o esquema era feito há cerca de um ano.
Segundo o delegado Osnei Valdir de Oliveira, responsável pela operação batizada de "El Patron", quatro funcionários de uma empresa que recolhe carnes de supermercados da região para a produção de ração animal e biodiesel subtraíam os produtos e vendiam para o dono de um estabelecimento que fica às margens da BR-101, em Itajaí.
Conforme o delegado, os produtos enviados para a empresa eram impróprios para a alimentação humana por conta do vencimento do prazo de validade ou problemas no armazenamento.
A investigação teve início em outubro de 2020, logo após a empresa suspeitar da ação dos funcionários e procurar a polícia. Com o aprofundamento da investigação, os agentes identificaram que o proprietário e funcionários da churrascaria eram os receptadores dos produtos.
A venda era feita em alguns pontos da região que foram monitorados pela polícia. De acordo com Oliveira, a transação criminosa ocorria diariamente.
"Esses funcionários dessa empresa faziam a separação desses produtos, acondicionavam em caminhão que não era apropriado para transporte de carne para consumo humano, haja vista que a destinação é justamente a produção e distribuição de ração animal e, em contato com esse proprietário, eles faziam a venda dessas carnes", disse.
O estabelecimento foi interditado durante a ação policial.
Operação El Patron ocorre em Itajaí e Balneário Piçarras, no Vale, nesta manhã de sexta-feira (29) — Foto: Patrícia Silveira/ NSC TV
Crimes
Segundo a polícia, os funcionários das duas empresas foram alvo de medida cautelar e deve usar tornozeleira eletrônica. Eles são investigados pelos crimes de furto qualificado, crime contra a relação de consumo e formação de organização criminosa.
Além desses crimes, o dono da churrascaria vai responder por por porte ilegal de arma. Ele foi preso após os agentes encontrarem o objeto sem registro nesta manhã. Até esta publicação não havia prazo para a reabertura do estabelecimento interditado durante a operação.
Fonte: G1 – SC