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Casal morre de coronavírus em intervalo de 15 dias na Serra

Casados há 35 anos, Elizete e Francisco eram moradores de Otacílio Costa.

Um casal de moradores de Otacílio Costa, na Serra de Santa Catarina, morreu vítima de coronavírus. As mortes ocorreram num intervalo de 15 dias. Elizete Coelho Pereira, 54 anos, faleceu no último dia 22 de julho, e Francisco Geraldo Pereira, 61, morreu nesta quinta-feira (6). Eles eram casados há 35 anos e deixam três filhos e uma neta.

Elizete e Francisco estavam internados na UTI do Hospital Tereza Ramos, em Lages(Foto: Arquivo Pessoal, Divulgação)

A Secretaria Municipal de Saúde de Otacílio Costa confirmou que os dois foram vítimas da Covid-19. Os exames foram realizados no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-SC), com confirmação no dia 15 de julho.

As duas mortes são as únicas registradas por coronavírus na cidade até esta sexta-feira (7). O município soma 151 casos da doença, conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Em Santa Catarina, já são 1,3 mil mortes e quase 100 mil casos confirmados.

Filha do casal, a vendedora Débora Coelho Pereira Barbosa da Silva, 25 anos, relata que os dois começaram a ter sintomas parecidos com o de uma gripe no começo de julho. Ambos passaram alguns dias sendo acompanhados em casa, mas o quadro de saúde rapidamente se agravou e eles precisaram ser internados. Ela também relata que a mãe sofria de doença crônica nos rins, o que preocupava a família, mas que o pai não tinha problemas de saúde.

Em choque com a perda, a filha do casal diz que tem buscando forças junto a outros familiares para enfrentar o momento de dor.

— Olha, eu nem sei como expressar essas duas perdas. Quando perdemos a mãe, nós estávamos em choque e criando muita força para esperar o pai, porque sabíamos que não ia ser fácil para ele. Os dois eram muito apegados, estavam sempre juntos (...) Nós até chegamos a pensar que ele foi junto com ela porque não ia suportar viver sem a mãe — relatou a filha, em entrevista por telefone ao Diário Catarinense na manhã desta sexta.

Débora conta que a história de amor de Elizete e Francisco era um exemplo para a família, e que eles eram pessoas “iluminadas” e que tinham muitos amigos na cidade. Ela relembra que os dois se conheceram ainda bastante jovens, quando foram vizinhos de bairro em Otacílio Costa, e que logo começaram a namorar e se casaram.

— Todos contam que eles eram bem festeiros nessa época, gostavam muito de acampar e pescar. Eles sempre contavam as aventuras deles. Eram bem vividos e amavam curtir a vida.



— O pai todo dia de manhã nunca deixou de levar um cafezinho na cama para mãe, desde quando a gente era criança até os dias de hoje. Essa é a maior lembrança de afeto, amor e carinho — completa a filha.




Fonte: NSC