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Vacina chinesa chega ao Brasil e testes iniciam nesta segunda

Foto: Reprodução/TV Globo

O avião que transportava os lotes da vacina contra Covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech pousou na madrugada desta segunda-feira (20) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Segundo o governo paulista, as doses serão encaminhadas para o Instituto Butatan e os testes devem iniciar ainda nesta segunda.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o Butantan, em parceria com a farmacêutica chinesa, a iniciar a fase três dos ensaios clínicos, que visa testar a segurança da vacina em humanos. Os voluntários serão profissionais de saúde que trabalham no atendimento a pacientes com a doença.

Os interessados em participar do processo não podem ter sofrido infecção provocada pelo coronavírus, não devem participar de outros estudos e, no caso de mulheres, não podem estar grávidas ou planejar gravidez para os próximos três meses. Além disso, os integrantes do estudo também não podem ter doenças que precisem de medicação que altere a resposta imune.

Para esta fase de testes, 9 mil voluntários vão receber a vacina contra o coronavírus. O Instituto Emílio Ribas, na Zona Oeste de São Paulo, começou a cadastrar na última quarta-feira (15) os voluntários. As inscrições seguem abertas e a prioridade é testar os profissionais da área da saúde.

De acordo com o governo estadual, o Instituto Butantan está adaptando uma fábrica para a produção da vacina. A capacidade de produção é de até 100 milhões de doses. O acordo com o laboratório chinês prevê que, se a vacina for efetiva, o Brasil ficará com 60 milhões de doses para distribuição.

Outra vacina que também está na terceira fase é a de Oxford, que será testada no Brasil pela Universidade Federal de São Paulo. Ela foi a primeira a receber autorização da Anvisa para os testes no país.


Centros de pesquisa

O Emílio Ribas é um dos doze centros pesquisa no país selecionados para a última fase de teste da vacina. O espaço recebia as últimas adaptações na semana passada para que 700 voluntários possam receber as doses a partir desta segunda-feira (20). 

"Da mesma maneira que a gente sempre quer que alguém descubra a vacina, é importante que a gente também contribua para que isso aconteça", afirmou uma médica de UTI que se inscreveu, mas que não pode ser identificada para não prejudicar a pesquisa.

Toda vacina precisa passar por etapas importantes até ser aprovada. Após a fase pré-clinica, com testes em animais, há 3 fases de testes em humanos. Os testes precisam comprovar que a vacina é realmente segura, que produz anticorpos e protege contra o vírus.

Instituto Butantan — Foto: Marcos Santos/USP Imagens


Vacina chinesa

No dia 13 de julho, começou a inscrição de voluntários para a terceira fase de testes da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica chinesa de biotecnologia Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Apenas profissionais de saúde que estejam atuando diretamente no combate à Covid-19 poderão participar do estudo.

Outros pré-requisitos são que os voluntários não tenham se contaminado pela doença anteriormente, mulheres não estejam grávidas ou planejem engravidar nos próximos três meses, e que os voluntários morem perto de um dos 12 centros de pesquisa que conduzirão o projeto.

Em todo o Brasil, serão escolhidos 9 mil voluntários distribuídos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal.

A inscrição e triagem inicial dos voluntários foi realizada pela internet com profissionais da saúde. Cada centros de pesquisa ficará responsável pelas informações coletadas dos voluntários, que serão sigilosas.

Em 3 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a nova etapa do projeto. Dias depois, o governador João Doria (PSDB) anunciou que a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) também aprovou a realização dos testes.


CoronaVac

A vacina da Sinovac já foi aprovada para testes clínicos na China. Ela usa uma versão do vírus inativado. Isso quer dizer que não há a presença do coronavírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização.

Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe).

Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.


Cientistas chineses chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras três vacinas. Uma produzida por militares em colaboração com a CanSino Biologics, e mais duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.




Com informações do G1