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Anvisa recolhe lotes de remédios para controle de pressão com potencial cancerígeno

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta-feira que já recolheu cerca de 200 lotes de remédios reguladores de pressão arterial, após identificar impurezas com potencial cancerígeno. Os medicamentos que tiveram lotes recolhidos são o losartana, o segundo medicamente mais vendido no Brasil, e o valsartana. Os números específicos dos lotes afetados poderão ser consultados no site da agência. 

Com receio de que os brasileiros com pressão alta parem de tomar o remédio após a notícia do recolhimento, a Anvisa informou que o potencial cancerígeno encontrado nesses produtos é "ínfimo" e os pacientes não devem se alarmar ou fazer mudanças nos seus tratamentos sem antes consultar um médico ou um farmacêutico.

— Se o hipertenso parar de usar os medicamentos, ele pode ter consequências muito serias à saúde ainda no mesmo dia —, explicou o gerente geral de inspeção e fiscalização sanitária, Ronaldo Gomes. 

Os números divulgados pela Agência de Medicamentos Europeia (EMA, em inglês), indicam que, se um paciente tomar uma dose máxima do remédio afetado por 5 anos, a exposição vai gerar um novo caso em cada 6 mil pacientes. No Brasil, a incidência normal de câncer é de 1 a cada 333 brasileiros, em um total de 600 mil diagnósticos da doença por ano.

Europa detectou o problema

Os indícios de que alguns remédios para controle de pressão teriam potencial cancerígeno foram encontrados pela EMA em julho de 2018. O problema está no processo de sintetização dos remédios a partir dos insumos farmacêuticos ativos (IFA), base dos produtos.  

Fonte: O Globo