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PF deflagra operação de combate à extração ilegal de pedra preciosa na Paraíba

A turmalina paraíba é considerada uma das
pedras preciosas mais valiosas do mundo
Centro Gemológico da Bahia/Carol Garcia
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP) deflagraram desde a madrugada de hoje (27) a Operação Sete Chaves, para desarticular uma quadrilha que atua na extração ilegal da pedra preciosa turmalina paraíba. Esta é considerada uma das pedras preciosas mais valiosas do mundo. A pessoas investigadas atuavam no município de Salgadinho (PB), a 255 quilômetros da capital João Pessoa.

A turmalina paraíba, a mais valiosa de todas as turmalinas, com a cor azul néon vale de US$ 15 a US$ 15 mil por quilate, para gemas de 0,5 a 3 quilates. A verde néon é mais barata, com preços que variam entre US$ 10 a US$ 9 mil por quilate. Como as reservas brasileiras de turmalina paraíba estão esgotadas e as da África estão no fim, esses preços deverão subir, informa o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Os policiais federais cumprem 35 mandados nas cidades paraibanas de Salgadinho, João Pessoa e Monteiro. A operação também ocorre em Natal e Parelhas, no Rio Grande do Norte; em Governador Valadares, em Minas Gerais; e em São Paulo. Desses mandados, oito são de prisão preventiva, 19 são de busca e apreensão e oito de sequestro de bens. Ao menos 130 policiais atuam na Operação Sete Chaves.

Segundo a PF, diversos empresários e um deputado estadual fazem parte da organização criminosa. Eles utilizavam uma rede de empresas off shore para a realização das negociações bilionárias com pedras preciosas e lavagem de dinheiro.

A turmalina paraíba era extraída no distrito de São José da Batalha e enviada para Parelhas, no Rio Grande do Norte. Lá, eram emitidos certificados de licença de exploração para forjar a legalidade de origem da pedra. De Parelhas, as pedras eram enviadas para Governador Valadares e comercializadas em mercados do exterior, como Bangkok, na Tailândia; Hong Kong, na China; e Houston e Las Vegas, nos Estados Unidos.

As pessoas investigadas na operação vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, usurpação de patrimônio da União, organização criminosa, contrabando e evasão de divisas.

Fonte: Edwirges Nogueira - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas