A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi absolvida hoje no processo que analisa a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras em 2006. Na época, Dilma era ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da estatal.
Por unanimidade, os ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) decidiram absolver Dilma pelo entendimento que o Conselho de Administração da Petrobras não teve responsabilidade no caso. Para o ministro do TCU, e relator do caso, Vital do Rêgo, os membros do Conselho não agiram “com dolo nem má-fé”.
“Não há evidências nos autos de que todos os envolvidos soubessem da existência desse esquema”, ponderou o relator. “Relativamente aos membros do Conselho de Administração, os documentos a eles apresentados e as informações neles presentes não indicavam contradições ou falhas que lhes permitissem vislumbrar que a proposta para a aquisição partia de valor bem superior”.
Foram condenados o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró por prejuízos da Petrobras após a compra da refinaria. Eles foram condenados a pagar multa de R$ 110 milhões e oito anos de inabilitação para exercer cargos públicos.
Cerveró, individualmente, ainda deverá pagar mais uma multa, no valor de R$ 67,8 mil.
Compra de refinaria foi investigada
A compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, em 2006, foi alvo de investigação por suposto superfaturamento e evasão de divisas na Operação Lava Jato.
Na época, a estatal pagou US$ 360 milhões por 50% da empresa. O valor foi muito maior do que o pago pela companhia belga Astra Oil, que um ano antes havia adquirido a refinaria inteira por US$ 42,5 milhões.
CVM responsabilizou Dilma e outros conselheiros
A ex-presidente Dilma Rousseff era ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras na época. Questionada sobre os problemas na aquisição de Pasadena, Dilma declarou, em 2014, que recebeu informações incompletas das diretorias da Petrobras responsáveis pela negociação, o que a induziu a aprovar o negócio.
Entretanto, a área técnica da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) responsabilizou Dilma e os demais ex-conselheiros de administração da Petrobras por terem “faltado com o dever de diligência quando da aprovação da aquisição” da refinaria.
Com informações UOL