O anúncio oficial foi feito em coletiva de imprensa as 8h desta manhã na sede do Butantan, na zona oeste de São Paulo.
A potencial vacina, batizada de Butanvac, é uma iniciativa de um consórcio internacional liderado pelo Butantan; imunizante será 100% desenvolvido no Brasil
O Instituto Butantan pedirá nesta sexta-feira à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para iniciar os testes em humanos de uma potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto ligado ao governo do Estado de São Paulo, disseram à Reuters duas fontes a par do assunto.
Os estudos de Fases 1 e 2 contarão com 1.800 voluntários. A potencial vacina, batizada de Butanvac, é uma iniciativa de um consórcio internacional liderado pelo Butantan, e o imunizante será 100% desenvolvido no Brasil, disse uma das fontes. O instituto paulista deterá 85% da capacidade total de produção entre os membros do consórcio e, além do Brasil, a ideia é fornecer a Butanvac a países de renda baixa e média.
A vacina usará a tecnologia de vírus inativado, que o Butantan domina, e a expectativa é que ela possa começar a ser produzida em escala maior –para além das doses usadas nos testes– a partir de maio, quando o instituto concluir a produção de doses da vacina da gripe para a campanha de imunização contra a doença, disse uma das fontes.
O desenvolvimento da nova vacina, segundo essa fonte, não altera o acordo que o Butantan tem com o laboratório chinês Sinovac para envase e futura produção no Brasil da CoronaVac. Nem mesmo os trabalhos de construção de uma nova fábrica para produção integral da vacina chinesa a partir de janeiro será afetado, ao menos por ora.
O objetivo, afirmou, é aumentar a oferta de vacinas e garantir ao Brasil independência no fornecimento de imunizantes, sem depender de compras no exterior.
As primeiras duas fases de testes em humanos de uma vacina são realizadas com um número reduzido de voluntários e têm o objetivo de verificar se o imunizante é seguro e se induz o organismo a produzir a resposta imune esperada. Já na Fase 3, realizada em um número maior de voluntários, é testada a eficácia da vacina.
O Butantan realizou os testes da Fase 3 da CoronaVac no Brasil. O instituto já entregou 27,8 milhões de doses da vacina ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.
O contrato do Butantan com o ministério prevê a entrega de um total de 100 milhões de doses da CoronaVac até o final de setembro, prazo que o Butantan promete antecipar para agosto.
Com informações da Tropical FM