Detalhar o projeto da Rota de Cicloturismo Velho Oeste junto aos diversos agentes envolvidos foi o principal objetivo da primeira edição do evento Integra Velho Oeste, realizado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) na sexta-feira, 12, de forma online.
Feito em parceria pelo Centro de Educação Superior do Oeste (CEO) e pelo Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), o encontro reuniu gestores públicos e empreendedores da região para debater a iniciativa, que pretende incentivar o turismo e fortalecer a economia regional, aproveitando a cultura e as características geográficas locais.
Além de motivar e integrar os participantes, o evento buscou compartilhar informações sobre a iniciativa, como a situação atual e os próximos passos previstos.
O Integra Velho Oeste teve apoio e participação da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), inclusive do seu presidente, Mauro de Nadal, que destinou uma emenda parlamentar para sua realização.
A programação do encontro incluiu uma série de palestras e debates e foi coordenada pela professoras Ivoneti da Silva Ramos, da Udesc Esag, e Kiciosan Galli, da Udesc Oeste.
Selo de credenciamento
Segundo Kiciosan, um dos objetivos do evento foi iniciar o cadastro das propriedades e empreendedores que farão parte da rota, bem como o contato com prefeituras e secretários municipais.
"O próximo passo é criar o selo de credenciamento das propriedades, para que o turista sinta a segurança de estar em um empreendimento credenciado, que segue todos os protocolos de boas práticas de segurança, higiene, apoio e receptividade ao turista", afirmou a docente.
Kiciosan destacou que o projeto visa "colocar o Oeste no mapa turístico estadual e nacional e, em breve, do Mercosul" e conta com amplo apoio de instituições públicas e de agentes do setor privado.
"Estão percebendo que o projeto trará renda e movimentará a economia de uma região conhecida pelo agronegócio e pelas águas termais. Falta fortalecer o turismo rural", avaliou.
Circuito completo
A professora ressaltou que "o cicloturismo agregará muito à região, pois a rota passará por cidades que têm águas termais, propriedades rurais e outros estabelecimentos ligados à atividade turística".
"Os turistas vão desfrutar de locais onde poderão praticar atividades lúdicas, como meditação e dança circular. É um circuito completo, pois, além de trazer desenvolvimento econômico para a região, vai proporcionar o bem-estar para os turistas", conclui.
A professora Ivoneti Ramos ressalta que o projeto tem potencial de agregar valor às riquezas naturais ao estimular o empreendedorismo, e poderá, no longo prazo, promover o efeito transbordamento para regiões contíguas. "O tempero de tudo isso é a integração que possibilitará o desenvolvimento sustentável. Em suma, este projeto é o ouro do Oeste."
O reitor da Udesc, Dilmar Baretta, destaca que o projeto é uma ação inovadora e de grande importância para a instituição. "Primeiro porque une, sob a liderança da universidade, vários entes públicos e privados, além de empreendedores da rota. Segundo, por ser uma ação criada por duas unidades da universidade, a Udesc Oeste e a Udesc Esag. E terceiro, por ser mais uma ação de extensão da instituição", avalia.
Para Baretta, é fundamental que lideranças, empresários e gestores públicos conheçam bem a iniciativa. "Assim, a Udesc cumpre a função de promover o desenvolvimento do Estado para fortalecer a economia local."
Potencial
Segundo o deputado Mauro de Nadal, o parlamento catarinense acredita na força da iniciativa, que vai "demonstrar todo o potencial turístico do Oeste e Extremo Oeste de Santa Catarina". "De um jeito sensível, muito amigo, permitindo a prática do esporte agregado ao lazer e ao conhecimento, mas com a oportunidade de conhecer tudo o que a região oferece."
O diretor de Comunicação da Alesc, Dayan Schütz, um dos incentivadores do projeto desde sua concepção, ressalta que o intuito é criar algo novo, diferenciado do mercado de turismo existente. "Quebrando um paradigma, uma questão cultural para mostrar o turismo como atividade econômica nas cidades, unindo hotéis, pousadas, vinícolas, agências de turismo, cervejarias, sítios, balneários, todo um mix de empresas com um potencial econômico muito rico."
O percurso proposto tem cerca de 300 quilômetros e inclui as 11 cidades da Associação dos Municípios do Entre Rios (Amerios). O trajeto poderá ser percorrido de diferentes meios: bicicleta, carro, moto, a cavalo ou mesmo caminhando.
Oportunidades
Cunha Porã é um dos municípios onde a iniciativa ganha força desde sua idealização. Para a prefeita, Luzia Vacarin, a região "tem hospitalidade e muita coisa bonita para mostrar e oportunizar". "Precisávamos começar isso, pois o turismo divulga muito mais e abre oportunidades."
A coordenadora do Núcleo de Gastronomia e Turismo de Cunha Porã, Flávia Levinski Huf, reforça a relevância do circuito. "É algo gratificante para os empresários e empreendedores locais, pois a ação será a roda motora e, com a união de todos, tudo vai girar. Por isso, era preciso formar essa rede de contato entre os setores público e privado, para colocar em prática algo que é uma bênção para a região."
O secretário de Segurança de Florianópolis, coronel Araújo Gomes, foi um dos palestrantes do evento. Apoiador do projeto desde quando comandava a Polícia Militar de SC, ele ressalta que, do ponto de vista da corporação, "a iniciativa representa uma ousadia conceitual, com a ideia de que a PM, em pequenas e médias cidades, poderia direcionar ações para projetos de agregação cultural e econômica."
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo e-mail kiciosan.bernardi@udesc.br.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Udesc