Pela primeira vez em dez anos contratações na indústria superaram demissões no primeiro mês do ano, aponta CNI
O índice de evolução do número de empregados ficou em 51,3 pontos em janeiro de 2021. O dado da Sondagem Industrial, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou que esta foi a primeira vez, em dez anos de pesquisa, que as contratações superaram as demissões no primeiro mês do ano.
O indicador varia de 0 a 100, sendo 50 pontos a linha de corte que separa a alta da queda no emprego. Com o resultado, o emprego industrial acumula sete meses consecutivos de alta.
Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a alta do emprego industrial neste início de ano decorre da alta atividade industrial do final de 2020. As contratações refletem a rápida recuperação da indústria no segundo semestre do ano passado.
“Por mais que a gente tenha alguma desaceleração da atividade neste início de 2021, os efeitos da forte recuperação do ano passado estão ainda fazendo sentir no mercado de trabalho”, afirmou.
A produção industrial seguiu o movimento típico de início de ano, desacelerou e caiu em relação a dezembro de 2020. O índice de evolução da produção ficou em 48,2 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que revela queda na produção.
Os indicadores mostram que os estoques estão abaixo do que as empresas planejavam, mas a queda foi menos intensa e menos disseminada em janeiro do que nos meses anteriores, e a distância entre o nível de estoque desejado e o estoque efetivo diminui.
Como a situação ainda não se normalizou, o fato indica que, possivelmente, os empresários estão planejando trabalhar com nível de estoque mais baixo do que no passado, mas as expectativas para a economia seguem otimistas.
O deputado federal Celso Maldaner (MDB-SC) destacou a importância do setor para a retomada do crescimento. “O setor industrial é de extrema importância para que o mercado continue otimista, ou seja, o otimismo dos empresários também continuou aumentando, impulsionado tanto pela recuperação da economia quanto pelo início do período de fim de ano, sazonalmente mais favorável à produção industrial”, disse.
A pesquisa ouviu 1.804 empresas, sendo 437 grandes, 618 médias e 746 pequenas, entre 1º e 12 de fevereiro.
Fonte: Brasil 61