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Registro de armas de fogo por cidadãos bate recorde em SC


Em 2020, o número de registros de armas de fogo requeridos por cidadãos comuns de Santa Catarina foi o maior dos últimos 10 anos, segundo dados da série histórica da Polícia Federal. Ao todo, foram registradas 12.730 armas novas no ano passado, mais do que o dobro de 2019, quando o montante chegou a 5.922 novas armas. A quantidade representa 7% do que foi liberado no país no período – 179 mil. 

Com o resultado, o Estado ficou com a terceira colocação no ranking nacional em números absolutos de registros para cidadãos, atrás apenas de Rio Grande do Sul (16.924 armas novas) e Minas Gerais (16.410), mas à frente de estados mais populosos, como Rio de Janeiro (6.666 armas novas), São Paulo (5.848), e Bahia (3.307).

O indicador também mostra que Santa Catarina atingiu um novo patamar no registro de armamento. Considerando apenas as unidades registradas em nome de pessoas físicas, o montante de 2020 é significativamente superior ao registado em anos anteriores, como 2018 (3.591), 2017 (3.710), e 2016 (3.408).

Para o deputado federal Rogério Peninha Mendonça (MDB), tradicional defensor da liberação das armas, o aumento acontece por causa da flexibilização das regras promovida pelo governo federal. “Mudou uma série de normas no início de 2019 que permitiram a evolução dessas armas na mão do cidadão de bem. Ou seja, facilitou ao cidadão comum ter armas”, afirmou. 

Segundo ele, uma das principais mudanças foi a revogação da regra que previa uma análise subjetiva da Polícia Federal. “Na época, era uma decisão discricionária do policial lá de plantão […] até porque antes havia uma pressão na polícia federal para evitar ao máximo”, complementou. 

Outro dado que chama a atenção no balanço anual é o percentual de pessoas físicas em relação ao total de armas registradas. Neste quesito, Santa Catarina lidera: em 2020, 95% de todo o armamento liberado teve como destino cidadãos comuns. O restante foi destinado a órgãos públicos, servidores e empresas de segurança privada. A média nacional foi de 65%.

“Nossa legislação ainda é muito rigorosa, se comparada com outros países. Portanto, ao nosso ver, a aquisição de armas não está banalizada. […] A percepção é de que essas armas adquiridas não estão circulando, passando de um proprietário para o outro”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de SC (Sinpol/SC), Elmar Schmitt Osório.

Segundo ele, o aumento das armas legais não tem interferido no trabalho das polícias, mas há um risco em razão da responsabilidade do proprietário. Preocupa, por exemplo, a possibilidade de roubo ou extravio ou empréstimo do armamento para pessoas sem treinamento. 



Fonte: Rio do Peixe