O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta segunda-feira, 22, o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmando ter descoberto poucas semanas atrás que ele está há 11 meses trabalhando de forma remota devido à pandemia.
O mandato de Castello Branco encerra-se em 20 de março e o chefe do Executivo já indicou o general Joaquim Silva e Luna para assumir a companhia em seu lugar. Atualmente, Silva e Luna comanda a Itaipu Binacional.
“O atual presidente da Petrobras está há 11 meses em casa, sem trabalhar. Trabalha de forma remota. O chefe tem que estar na frente, bem como seus diretores. Isso para mim é inadmissível”, disse o presidente a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro questionou o salário recebido pelo dirigente da empresa, voltou a negar interferência, mas deixou clara sua insatisfação com a política de preços da companhia. Ele garantiu ser possível reduzir em pelo menos 10% o preço dos combustíveis sem “canetada” de sua parte.
O presidente ainda disse que a Petrobras, em um estado de calamidade, “tem que olhar para outros objetivos também”.
Reflexos na bolsa
O mercado não reagiu bem à mudança na Petrobras. A bolsa de valores de São Paulo (B3) abriu a semana em forte baixa, na casa dos 5%, puxada pelas ações da companhia, que caem aproximadamente 20% nesta segunda-feira, 22.
“É sinal que alguns do mercado financeiro estão muito felizes com a política que só tem um viés na Petrobras: atender aos interesses próprios de alguns grupos no Brasil”, afirmou Bolsonaro.