A sargento da Polícia Militar (PM) Regiane Miranda, morta nesta segunda-feira (13) em Forquilhinha, no Sul do Estado, fazia parte da Rede Catarina de Proteção à Mulher, programa que monitora medidas protetivas e dá apoio em casos de mulheres que são vítimas de violência doméstica. A polícia trata o caso como feminicídio.
Segundo o subcomandante do 9º Batalhão da Polícia Militar, major Alberto Cardoso Cichella, a atuação ocorria em paralelo a serviços de radiopatrulha e ao trabalho como instrutora do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), que a sargento Regiane exercia junto a estudantes do 5º ano desde 2004.
A comarca de Forquilhinha emitiu nota de pesar por conta do assassinato de Regiane e destacou o trabalho da sargento no combate à violência contra a mulher. Segundo a nota da comarca, Regiane estava à frente da Rede Catarina desde a criação do projeto na cidade:
"Sua atuação impactou positivamente a vida e o futuro de mulheres em situação de violência, bem como o de milhares de crianças e adolescentes através do Proerd. Lamentável e avassaladora a perda não apenas da figura importante e participativa da segurança pública municipal mas, sobretudo, do ser humano tão especial, marcante, doce e forte. Seu legado para sempre será lembrado. E sua louvável bandeira, tremulada com tanto vigor, continuará sendo erguida e corajosamente defendida", diz um trecho da nota.
Sargento da PM foi morta na garagem de casa nesta segunda-feira, em Forquilhinha, no Sul de SC(Foto: Rachel Schneider, NSC TV)
Major Cichella, da PM de Criciúma, conta que o crime foi muito impactante para a população de toda a região.
– Era uma pessoa sensacional. Sempre alto astral, dava atenção a todo mundo. Era alguém que tinha o carisma por dom – afirma.
Regiane estava separada do ex-companheiro, que era policial militar, há cerca de três meses. Ela morava com os dois filhos, de 3 e 7 anos, no bairro Vila Lourdes. Na manhã desta segunda-feira, Regiane chegou a sair para fazer exercícios antes de receber o ex-companheiro, que havia passado a noite com os filhos e foi até a casa de Regiane para levá-los de volta para a mãe.
Nesse momento, segundo a polícia, os dois teriam brigado na garagem da casa e o ex-companheiro efetuado os disparos. Os filhos conseguiram correr e chamaram os familiares de Regiane, que moram em residências próximas.
O corpo de Regiane será velado a partir das 3h desta terça-feira (14), no Ginásio Municipal de Esportes Ideal Esporte Clube, no Centro de Forquilhinha. A partir das 9h haverá homenagens militares, que devem cumprir as normas de segurança contra a covid-19, e à 9h45min o corpo será levado para o cemitério do bairro Saturno, onde ocorrerá o sepultamento.
Fonte: NSC