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Em Ouro, casal completa 75 anos de casamento


Bodas de prata (25 anos), bodas de ouro (50 anos), bodas de diamante (60 anos), bodas de safira (65 anos), bodas de vinho (70 anos de casados). Tudo já é passado para o casal Apolônia e Jardino Viel, que residem no município de Ouro, meio oeste catarinense. Na segunda-feira, dia 13 de janeiro de 2020, eles completaram mais um marco dessa união: os 75 anos de casados.

Mais que o compartilhamento de anos de união, é o compartilhamento de uma vida. Apolônia, natural de Malé, no Paraná, hoje tem 94 anos e Jardino, nascido em Joaçaba, tem 95. Juntos, tiveram quatro filhos, Ailton, Ailce, Ailete e Alcir, sete netos e três bisnetos. A maior alegria do casal é quando a família toda se reúne.

A comemoração foi um almoço em família, do jeito que eles gostam, em Ouro, no domingo dia 12. Parte da família que mora no litoral de Santa Catarina e no Ceará veio para a celebração. O Frei Émerson José Orane, da Paróquia de Capinzal, fez uma benção especial ao casal.

“É um grande orgulho para mim ser filho deles e testemunhar essa linda celebração de vida e de amor”, diz Ailton Viel, filho mais velho do casal.

História do casal

Jardino, com cerca de 19 anos de idade, era um gaiteiro que animava os bailes de Campos Novos. Em um dos bailes viu uma loira de olhos azul, a Pola. Como ele também estava interessado em outras garotas e tinha dúvida sobre qual ele gostava mais, fez uma simpatia que estava na moda à época. Plantou dentes de alho que representavam algumas moças. Aquele que brotasse indicaria a mulher de sua vida.

Jardino não esquece desse dia decisivo. “No dia de São João o alho que representava a Pola vingou e fui procura-la para firmar a relação”, conta rindo Jardino. O namoro que começou “temperado” foi abençoado no dia 13 de janeiro de 1945.

Pola era professora e ensinou o Jardino a ler. Com pouco conhecimento mas com um tino para negócios, Jardino criou uma indústria caseira de palhas para produção de cigarros que comercializava em São Paulo com a marca Soberana. Paralelamente, revendia acordeões e Jeep Willys. Assumiram a agência dos Correios e mais tarde foram transferidos para Capinzal, onde ficaram até se aposentar. Atualmente, residem em Ouro.

Passaram esses 75 anos trabalhando muito, mas também se divertiram. Quando mais jovens, nas horas livres, eram presença constante nos bailes da região. Jardino gostava de pescar e jogar bocha. Em casa, adorava animar os encontros de família com o acordeon. Pola acompanhava no bandolim, instrumento que toca desde os 9 anos e guarda com carinho até hoje. Ela também gostava de fazer crochê, pintar quadros e visitar as amigas. Depois de aposentada ficou anos como revendedora Avon. Ganhou muitos prêmios por isso. Mantem até hoje uma coleção com mais de 20 bonecas de porcelana, que, anualmente, em função do excelente desempenho, ganhou da empresa.

Nunca mediram esforços na criação dos filhos, que tiveram acesso às melhores escolas da região sul do país. Como avós, sempre foram muito carinhosos. “O vô nos agradava com muitas balas, que escondia no alto guarda-roupa, e a vó costumava fazer blusas de tricô que eram disputadas pelos netos. Também sempre nos presenteavam com roupas iguais, como um pijama rosa com bolas azuis que rendeu boas risadas entre as netas. As melhores lembranças que temos da infância são ao lado deles”, conta Ana Carolina Viel Matté, a primeira neta do casal.

Segredos para uma união duradora


Apolônia e Jardino afirmam que o grande segredo para ter uma relação assim tão longa é o companheirismo. Companheirismo que os fez trabalhar juntos por boa parte da vida, mas também saber respeitar a individualidade e os momentos em que queria praticar seus hobbies.

Também foi preciso certa dose de romantismo e superação. A família conta que quando o casal comemorou os 70 anos de casamento, Jardino estava internado, e ninguém sabia ao certo se ele seria liberado para curtir a missa e a festa que a família tinha programado. Jardino suplicou ao médico: “Dr., por favor, me dá alta que tenho uma noiva me esperando no altar.”

Hoje, um cuida do bem-estar do outro, da saúde e até das consultas médicas e remédios. “Também é preciso ter paciência, ignorar algumas falas e atitudes feitas sem pensar. Nem sempre precisamos ter razão em tudo. É preciso sempre buscar a harmonia dentro do lar”, diz Apolônia. (Especial Ailton Viel)






Fonte: Michel Teixeira

Fotos: Divulgação