O caos causado pelo furacão Dorian nas Bahamas, onde passou com categoria 5 — a maior que um ciclone tropical pode ter — deixou milhões de pessoas desabrigadas, buscando refúgio em ginásios e igrejas. Há ao menos 23 mortos, mas autoridades dizem esperar que este número aumente bastante enquanto o cenário de destruição vai ficando mais claro.
Aos poucos, histórias de sobrevivência vão surgindo. Uma delas é a de Brent Lowe, contada pelo New York Times, na quinta-feira. O telhado da casa de Lowe foi arrancado e o oceano, do lado de fora, engoliu sua vizinhança. Ele sabia que precisava escapar com seu filho de 24 anos, que tem paralisia cerebral e não consegue andar. Os obstáculos, entretanto, não pararam por aí: Lowe é cego.
Mesmo assim, ele colocou seu filho nos ombros e saiu de casa, com água no queixo. Ele foi tateando até a próxima residência que ainda estava de pé, a cerca de cinco minutos de distância. Junto a eles estavam outros vizinhos, incluindo duas crianças, cujas casas já haviam sido destruídas.
O Dorian foi a tempestade mais violenta a atingir as ilhas de Grande Bahama e Abaco, onde Lowe mora, de que se tem notícia. O grupo ficou na casa vizinha por mais um dia, até serem resgatados e levados para um abrigo. Na noite de terça-feira, Brent Lowe foi levado para Nassau, capital do país, para receber o tratamento de diálise que precisa realizar três vezes por semana. Seu filho ficou com a cunhada, em Abaco.
Lowe, que trabalhava como peixeiro antes de de perder sua visão em decorrência de complicações da diabete, agora está desabrigado — e ele não é o único. Tantas pessoas precisaram deixar suas casas por causa do Dorian que em Marsh Harbour, principal cidade de Abaco, há mais de 2 mil pessoas abrigadas em uma clínica e em um prédio do governo. Serão necessárias tendas para que todos os sobreviventes sejam acomodados.
Fonte: EXTRA