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Junho Laranja alerta sobre anemia e leucemia


Antigamente os mais velhos podiam até dizer que uma estava ligada à outra, mas atualmente a medicina já provou que não é bem assim. Parecidas, porém diferentes, anemia e leucemia são doenças que sempre despertam preocupação e, em comum, têm o sangue como protagonista. Levar o assunto à tona é o objetivo do Junho Laranja, um dos meses coloridos do ano e que tem a ideia de alertar sobre o tema e mostrar às pessoas a importância do diagnóstico correto.

O médico hematologista Delson Morilo Langaro, dos hospitais Santa Isabel e Santa Catarina, de Blumenau, atenta para a questão que envolve as causas da anemia. O especialista explica que a doença, relacionada à falta de ferro, precisa ser investigada caso a caso, e que a alimentação nada tem a ver com o problema, como se pensava décadas passadas.

– A maior parte (dos casos de anemia) está relacionada a perdas em sangramentos, por exemplo, como ocorre na mulher em período menstrual. Outros casos podem estar relacionados a deficiências, doenças, que precisam ser diagnosticadas e tratadas. Não se melhora da anemia comendo fígado, feijão, porque a falta desses alimentos não é a causa – ressalta Langaro.

O outro tema do Junho Laranja é também o considerado mais grave. A leucemia, com média de 11 mil novos casos por ano no Brasil – conforme dados do Ministério da Saúde – é uma doença rara, de origem geralmente desconhecida, o que complica trabalhos de prevenção. A patologia é considerada um câncer maligno que atinge os glóbulos brancos e tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea. Em comum entre ambas, é que a leucemia é uma das causadoras da anemia e por isso há a necessidade em buscar tratamento. Isso não significa que uma doença evolua para outra.

– Dentro das causas da anemia existem as leucemias, principalmente a aguda, que é a mais grave e leva, por exemplo, à quimioterapia. Geralmente ela não causa só anemia, mas outras alterações no sangue que, quando a gente trata, o sintoma desaparece – aponta o médico hematologista.

Aumentar banco de doadores é prioridade

Um das formas de tratar e até curar a leucemia é com o transplante de medula óssea. O procedimento só é possível se houver compatibilidade entre doador e receptor – normalmente encontrada em membros da própria família. Por esse motivo é importante um amplo cadastro de potenciais doadores e que sejam facilmente encontrados quando houver a possibilidade de se fazer o procedimento.

Por esse motivo, conforme o médico hematologista Delson Langaro, é preciso destacar os assuntos que envolvem anemia e leucemia. Mais do que apontar tratamentos, formar um bom banco de informações relacionadas à doação é essencial. Em Blumenau, é possível fazer o cadastramento como candidato à doação de medula óssea. O trabalho é feito pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc), que complementa o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que é interligado a cadastros mundiais.

– É bem simples. A pessoa precisa ter entre 18 e 55 anos, vai até o Hemosc (confira o endereço abaixo), faz um breve cadastro e assina um termo de consentimento. A partir daí é autorizada a coleta de 5 ml de sangue que vai para exames e, depois, colocado no cadastro do Redome. O registro fica lá até a pessoa completar 60 anos e, nesse meio tempo, se surgir alguém compatível, os órgãos responsáveis entram em contato – explica a responsável pelo setor de captação de doadores do Hemosc de Blumenau, Thayse Molinari.

Detalhes das doenças

Anemia

- Sintomas: fadiga generalizada, falta de apetite, palidez, indisposição, falta de ar, tontura, dor no peito, mãos e pés frios, dor de cabeça, apatia e até vontade de comer substância não alimentares.

- Tratamento: de modo geral, há um aumento na suplementação com ferro para suprir a deficiência do mineral. Em outros casos, porém, pode ser necessário o uso de medicamentos para a formação de células sanguíneas.

Leucemia

- Sintomas: febre, suor noturno, frequentes infecções, dor de cabeça, manchas roxas na pele, inchaço ou desconforto no abdômen, gânglios inchados e perda de peso.

- Tratamento: depende do tipo da leucemia. Se forem as agudas, o mais indicado é a quimioterapia, por se tratar de um câncer. Podem ser feitas também imunoterapia, radioterapia ou até mesmo o transplante de medula óssea.

Fonte: Rádio Tropical FM