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Empresário é indiciado por homicídio triplamente qualificado e tentativa de homicídio


A DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso) de Jaraguá do Sul finalizou o inquérito sobre a morte de uma jovem no fim do ano passado, na noite de Natal. O empresário Paulo Henning, de 42 anos, foi indiciado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e disparo de arma de fogo.

A investigação durou pouco mais de um mês e concluiu que Henning teve a intenção de matar Thalia Ferraz, de 23 anos a tiros. Ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado, por impossibilidade de defesa da vítima, feminicídio e por motivo torpe.

O empresário também vai responder por tentativa de homicídio contra uma pessoa que estava se escondendo em um banheiro durante o crime. O inquérito ainda aponta o crime de disparo de arma de fogo, que o indiciado teria cometido por duas vezes antes do homicídio.

“Ele chegou no local disposto a matar a vítima. Ela estava na parte externa da casa e fugiu para dentro. Os familiares intervieram para tentar evitar, mas ele conseguiu se desvencilhar e foi atrás dela. Ele estava obstinado a cometer o crime”, comenta a delegada titular da DPCAMI”, Roberta Franco França.

Em depoimento, Roberto alegou que apenas realizou os disparos naquele dia. Porém, a Polícia Civil acredita que a hipótese levantada pelo indiciado não é plausível. Ao todo, dez testemunhas prestaram depoimentos na Polícia Civil. Os depoimentos deixam claro que Henning tinha a intenção clara de matar Thalia.

“O inquérito demonstrou que ele estava inconformado com o término na relação. Ele tinha muitos ciúmes da vítima e estava inconformado com o fato de ela ter colocado um fim na relação. Eles ficaram juntos durante um mês e ele cometeu o crime dois dias após terem se separado”, explica.

Assassinato na véspera de Natal

O crime foi registrado no dia 24 de dezembro do ano passado. Thalia foi morta durante uma confraternização de Natal com a família em uma residência no bairro Rio Cerro I. A vítima tentou se esconder em um quarto e foi atingida por um tiro que atravessou a porta. Ela não resistiu aos ferimentos causados pelos disparo e morreu no local.

Henning fugiu logo após o crime em uma Volkswagen Amarok branca. A investigação apontou que ele passou alguns dias no interior do Paraná. De acordo com a delegada titular da DPCAMI, Roberta Franco França, um mandado de prisão temporária foi expedido na época.

 Foto: Fábio Junkes/OCP News

O foragido soube da repercussão do caso e, de acordo com a Polícia Civil, ficou sabendo que agentes já estavam na região a procura dele. Henning acabou se apresentando no dia 28 de dezembro de 2020, na Delegacia da Comarca de Jaraguá do Sul.

A arma utilizada no crime foi encontrada após o empresário se entregar. A pistola Taurus calibre .380, registrada no nome de Henning, foi encontrada em uma região de mata no bairro Rio Cerro I. Ele utilizou o local para se esconder logo após o crime. O empresário está preso no Presídio Regional de Jaraguá do Sul.

Foto: Reprodução

De acordo com a família de Thalia, Henning enviou mensagens ameaçando a vítima. Em uma conversa no WhatsApp, o empresário descreve que os dois teriam uma “boa conversa” no dia seguinte e que ela iria “gostar muito”.

“Calma, o inferno vai chegar”, escreve Henning em um print de conversa disponibilizado pela família”. “Gosta de supresa?”, completa logo depois. O empresário morava ao lado da casa da irmã da vítima.

Bom índice interrompido

Jaraguá do Sul estava há pouco mais de dois anos sem registrar feminicídios. O crime ocorrido no fim do ano passado interrompeu o bom índice. Apesar de lamentar o ocorrido, a delegada explica que a Polícia Civil buscou dar uma resposta rápida para a sociedade após o crime.

“Se for comparar os índices de Santa Catarina de 2019 para 2020, houve uma redução no índice de feminicídios em todo o Estado. Nós podemos considerar esse como um fato isolado e diversas ações estão sendo feitas para evitar isso. A resposta rápida para a sociedade nos ajuda a evitar novos crimes”, destaca Roberta. (OCP)