Tradição e religião se mesclam na celebração que ocorre no último domingo da Quaresma
Igrejas católicas de todo o Brasil dedicam o último domingo da Quaresma para comemorar a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém. É uma festa especial conhecida como Domingo de Ramos. Durante décadas os fiéis dirigiam-se aos templos para recolher, ao final, folhas da palmeira cica, um arbusto muito usado na decoração de jardins em residências. Bentos durante a Missa Solene de Ramos, eram levados para as casas e colocados no seu interior, junto às janelas. Pela fé católica, protegiam as famílias dos raios, das trovoadas e das tragédias. Os anos se passaram e a tradição continua mantida, embora com variedades de folhas de palmeiras de acordo com as regiões.
Grupos religiosos costumam também promover procissões, improvisam encenações e dão ao domingo um clima de alegria, acenando com as palmeiras elevadas para o céu, em agradecimento ou pedidos em orações. Uma prática que está imortalizada em centenárias pinturas de artistas famosos da Europa e do mundo inteiro, destacando Cristo sentado em um burrinho, sob aclamação entusiástica dos judeus.
Na realidade, segundo historiadores e estudiosos, Cristo entrou em Jerusalém com a euforia dos judeus, mas com folhas de palmeiras de tâmaras e outras variedades estendidas no chão, especialmente, pelos que não tinham túnicas e outras vestes para cobrir o chão, como os mais abastados.
Porta Dourada
Os grupos turísticos que, aos milhares, visitam Jerusalém, vindos de todas as partes do mundo, costumam iniciar o roteiro pelo Monte das Oliveiras. Ali têm uma ideia do que era Jerusalém no início da era cristã e a nova conformação com a ampliação das muralhas no tempo do rei Herodes.
O cenário mais fotografado e filmado de Jerusalém, entre os planos abertos da cidade antiga e suas muralhas, põe em destaque a Mesquita Dourada, terceiro lugar sagrado mais preservado pelos muçulmanos, e a Porta Dourada, de extraordinário significado religioso para cristãos e judeus.
A suposição dos arqueólogos, confirmada pela lógica do trajeto a pé, confirma que por aquela porta o Messias tenha entrado em Jerusalém depois do sofrimento no Monte das Oliveiras. A permissão dada na ocupação muçulmana de construção de um gigantesco cemitério islâmico confirma esta hipótese, eis que desde então ninguém ousa abrir a Porta Dourada, fechada justamente para neutralizar o monumento judaicocristão.
Quem visita Israel e tem a felicidade de contar com um qualificado guia turístico ganha um “upgrade” de informações e ricas análises. O grupo catarinense, que visitou o local em março, teve a orientação do professor Tony Hunter Kornbluth, um estudioso, profundo conhecedor da história e com formação em Ciência Política.
Entrando no ônibus, ele abriu o mapa de Israel no painel superior frontal para que todos visualizassem o longo roteiro que seria cumprido de Jerusalém até Cafarnaum, 189 quilômetros de distância pela rodovia 90 ou 202 quilômetros via Tel-Aviv, mais ao litoral. Conhecida como “Cidade de Jesus”, Cafarnaum fica ao norte do Mar da Galileia, próximo da Líbia, ao norte, e da Jordânia, a leste.
Os visitantes conheceram todos os pontos históricos onde Cristo fez a rica e inédita pregação descrita pelos quatro evangelistas. Entende-se, por isso, pela distância física entre a Judeia e a Galileia, os motivos da calorosa recepção dos judeus à entrada de Jesus em Jerusalém.
Três anos da pregação de Cristo
Durante os três anos em que fez sua pregação, Cristo concentrou- se na Galileia, onde realizou inúmeros milagres, consolidando a ideia de que era o Salvador, o enviado que viria para libertar os judeus, como previam os profetas desde o patriarca Abraão. Registra-se, então, um paradoxo: os mesmos judeus que o aclamaram na entrada em Jerusalém viriam se manifestar pela condenação na cruz, quando optaram por Barrabás, também nascido na Judeia.
De acordo com os estudiosos, a descrição dos apóstolos de que Cristo pediu um jumentinho para entrar em Jerusalém foi o mais contundente sinal de humildade, conflitando com a expectativa judeus de que assumiria o poder político para afastar os romanos. Sua missão, contudo, era espiritual e divina para os cristãos, o que levou à frustração dos que, na plateia ouvida por Pôncio Pilatos, o crucificaria no domingo seguinte.
Por Moacir Pereira
Fonte: NSC TOTAL
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Tradição é celebrada no último domingo da Quaresma (Foto: Jaime Batista da Silva/Banco de Dados) |
Igrejas católicas de todo o Brasil dedicam o último domingo da Quaresma para comemorar a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém. É uma festa especial conhecida como Domingo de Ramos. Durante décadas os fiéis dirigiam-se aos templos para recolher, ao final, folhas da palmeira cica, um arbusto muito usado na decoração de jardins em residências. Bentos durante a Missa Solene de Ramos, eram levados para as casas e colocados no seu interior, junto às janelas. Pela fé católica, protegiam as famílias dos raios, das trovoadas e das tragédias. Os anos se passaram e a tradição continua mantida, embora com variedades de folhas de palmeiras de acordo com as regiões.
Grupos religiosos costumam também promover procissões, improvisam encenações e dão ao domingo um clima de alegria, acenando com as palmeiras elevadas para o céu, em agradecimento ou pedidos em orações. Uma prática que está imortalizada em centenárias pinturas de artistas famosos da Europa e do mundo inteiro, destacando Cristo sentado em um burrinho, sob aclamação entusiástica dos judeus.
Na realidade, segundo historiadores e estudiosos, Cristo entrou em Jerusalém com a euforia dos judeus, mas com folhas de palmeiras de tâmaras e outras variedades estendidas no chão, especialmente, pelos que não tinham túnicas e outras vestes para cobrir o chão, como os mais abastados.
Porta Dourada
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Porta Dourada possui significado religioso para cristãos e judeus(Foto: Dennis Jarvis/Divulgação) |
Os grupos turísticos que, aos milhares, visitam Jerusalém, vindos de todas as partes do mundo, costumam iniciar o roteiro pelo Monte das Oliveiras. Ali têm uma ideia do que era Jerusalém no início da era cristã e a nova conformação com a ampliação das muralhas no tempo do rei Herodes.
O cenário mais fotografado e filmado de Jerusalém, entre os planos abertos da cidade antiga e suas muralhas, põe em destaque a Mesquita Dourada, terceiro lugar sagrado mais preservado pelos muçulmanos, e a Porta Dourada, de extraordinário significado religioso para cristãos e judeus.
A suposição dos arqueólogos, confirmada pela lógica do trajeto a pé, confirma que por aquela porta o Messias tenha entrado em Jerusalém depois do sofrimento no Monte das Oliveiras. A permissão dada na ocupação muçulmana de construção de um gigantesco cemitério islâmico confirma esta hipótese, eis que desde então ninguém ousa abrir a Porta Dourada, fechada justamente para neutralizar o monumento judaicocristão.
Quem visita Israel e tem a felicidade de contar com um qualificado guia turístico ganha um “upgrade” de informações e ricas análises. O grupo catarinense, que visitou o local em março, teve a orientação do professor Tony Hunter Kornbluth, um estudioso, profundo conhecedor da história e com formação em Ciência Política.
Entrando no ônibus, ele abriu o mapa de Israel no painel superior frontal para que todos visualizassem o longo roteiro que seria cumprido de Jerusalém até Cafarnaum, 189 quilômetros de distância pela rodovia 90 ou 202 quilômetros via Tel-Aviv, mais ao litoral. Conhecida como “Cidade de Jesus”, Cafarnaum fica ao norte do Mar da Galileia, próximo da Líbia, ao norte, e da Jordânia, a leste.
Os visitantes conheceram todos os pontos históricos onde Cristo fez a rica e inédita pregação descrita pelos quatro evangelistas. Entende-se, por isso, pela distância física entre a Judeia e a Galileia, os motivos da calorosa recepção dos judeus à entrada de Jesus em Jerusalém.
Três anos da pregação de Cristo
Durante os três anos em que fez sua pregação, Cristo concentrou- se na Galileia, onde realizou inúmeros milagres, consolidando a ideia de que era o Salvador, o enviado que viria para libertar os judeus, como previam os profetas desde o patriarca Abraão. Registra-se, então, um paradoxo: os mesmos judeus que o aclamaram na entrada em Jerusalém viriam se manifestar pela condenação na cruz, quando optaram por Barrabás, também nascido na Judeia.
De acordo com os estudiosos, a descrição dos apóstolos de que Cristo pediu um jumentinho para entrar em Jerusalém foi o mais contundente sinal de humildade, conflitando com a expectativa judeus de que assumiria o poder político para afastar os romanos. Sua missão, contudo, era espiritual e divina para os cristãos, o que levou à frustração dos que, na plateia ouvida por Pôncio Pilatos, o crucificaria no domingo seguinte.
Por Moacir Pereira
Fonte: NSC TOTAL