Referência em cartografia no país, Estado tem o pioneirismo de ter editado o primeiro atlas e hoje soma 295 municípios
Pintada num pedaço de pano, desenhada a mão, impressa em pen card (pendrives em cartão). Assim é a história da cartografia, ciência responsável por elaborar e estudar mapas e representações cartográficas, em Santa Catarina. Evolução que acompanha o acelerado processo de fragmentação do espaço territorial do Estado. Seguindo o modelo nacional, principalmente após a Constituição Federal de 1988, o Estado sofreu inúmeras alterações na sua composição político-administrativa. Esta diversidade natural, socioeconômica e ambiental está presente no Atlas Geográfico de Santa Catarina, cuja atualização mais recente é de novembro de 2018.
Através desses diagnósticos pode-se viajar no tempo. Dos três primeiros municípios do Brasil Colônia — São Francisco, Laguna e Desterro — aos 295 da atual República. Um dado chama a atenção: 36,8% dos municípios catarinenses têm menos de cinco mil habitantes. Muitos, inclusive, se encontram com problemas de sustentabilidade financeira e estão na mira de um estudo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por causa da falta de receitas próprias.
Valiosos por localizar, identificar relevos, pontilhar florestas e bacias hidrográficas, os mapas e as representações cartográficas fazem parte da memória do Estado. Ao apresentar as características gerais da população, os dados mostram que os catarinenses mudaram ao longo do tempo, também com relação à cor, religião, escolaridade, modo de ocupação. O pioneirismo neste tipo de publicação, a partir de 1958 (também houve edições em 1986 e 1991) fez com que servisse de modelo para elaboração de atlas similares em outros estados.
Falta papel para tanto município
A geógrafa Isa de Oliveira Rocha trabalhou em quase todos os cinco atlas nos 33 anos como servidora do Estado. Para ela, a diferença entre o primeiro e o mais recente atlas é a complexidade das informações. Ou seja, a evolução econômica e social do Estado nas últimas décadas.
Valiosos por localizar, identificar relevos, pontilhar florestas e bacias hidrográficas, os mapas e as representações cartográficas fazem parte da memória do Estado. Ao apresentar as características gerais da população, os dados mostram que os catarinenses mudaram ao longo do tempo, também com relação à cor, religião, escolaridade, modo de ocupação. O pioneirismo neste tipo de publicação, a partir de 1958 (também houve edições em 1986 e 1991) fez com que servisse de modelo para elaboração de atlas similares em outros estados.
Falta papel para tanto município
A geógrafa Isa de Oliveira Rocha trabalhou em quase todos os cinco atlas nos 33 anos como servidora do Estado. Para ela, a diferença entre o primeiro e o mais recente atlas é a complexidade das informações. Ou seja, a evolução econômica e social do Estado nas últimas décadas.
— Temos um número de municípios bem maior e grande quantidade de dados que precisam ser analisados e mapeados — diz Isa, também professora no Departamento de Geografia da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Isso, observa, reflete-se até no formato dos próprios atlas:
— Hoje, obviamente que seguindo as escalas, fica até difícil localizar os municípios na folha do papel. Antes, nós podíamos escolher o formato de folha A4. Atualmente precisamos de uma folha A3 — compara.
Em 2013, a partir da parceria com a Udesc, a Secretaria de Estado do Planejamento passou a disponibilizar o Atlas Geográfico em fascículos avulsos, com volumes sobre temas variados. O Fascículo 1, de 2013, é voltado à questão territorial do Estado, com dados da localização, evolução político-administrativa e os símbolos estaduais.
Já o Fascículo 2, de 2015, apresenta a diversidade da natureza, com informações a respeito dos geossistemas de Santa Catarina, geologia, clima, geomorfologia, hipsometria (técnica de representação da elevação de um terreno através das cores), hidrografia, solos, vegetação e uso da terra e ilhas costeiras.
O 3º Fascículo do Atlas Geográfico de Santa Catarina, lançado no último novembro, está disponível em versão impressa, digital e pen-card. O conteúdo foca a história do povo catarinense desde os primeiros habitantes do Estado e traz projeções populacionais até 2050.
Evolução municipal de Santa Catarina
Brasil Colônia
1660-1720: três municípios
Brasil Império
1832-1886: 20
Brasil República
1890-1925: 34
1930-2016: 261
Total em 2019: 295 municípios
Fonte: NSC TOTAL