Na véspera da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (1º), todos os detalhes foram checados e cronometrados. Um forte esquema de segurança está organizado. A festa em si começa no início da tarde com o deslocamento do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e da primeira-dama Michelle em direção à Esplanada dos Ministérios.
A cerimônia vai ser extensa e começa por volta das 14h, quando Bolsonaro e Michelle deixam a Granja do Torto rumo à Esplanada dos Ministérios. Pouco depois das 14h30, o presidente eleito e a primeira dama devem trocar de carro em frente à Catedral. Tradicionalmente, o desfile é feito em carro aberto, um Rolls-Royce, mas ainda não está definido se o percurso será feito nele ou em carro blindado.
Os Dragões da Independência, policiais em carros, motocicletas e a pé os acompanham em direção ao Congresso Nacional. Pelo cronograma, o desfile do cortejo presidencial da Catedral até o Congresso ocorrerá às 14h45, com previsão de início da sessão solene de posse no Plenário da Câmara dos Deputados às 15h.
Em frente ao Congresso, o presidente eleito subirá a rampa e seguirá para o plenário na Câmara onde será oficialmente empossado. Ele fará um discurso. Tradicionalmente, é neste momento que são enviadas mensagens ao Parlamento e à sociedade.
Após o Congresso, Bolsonaro segue por volta das 16h para Palácio do Planalto. Haverá o Hino Nacional, revista às tropas, salva de 21 tiros e apresentação da Esquadrilha da Fumaça. No Planalto, ele sobe a rampa e segue para o Parlatório onde o presidente Michel Temer transmite a faixa presidencial.
Ainda no Planalto, o presidente eleito recebe os cumprimentos e nomeia sua equipe ministerial formada por 22 integrantes. Há a fotografia oficial em que o presidente eleito posa ao lado dos ministros nomeados.
A previsão é que por volta das 19h Bolsonaro siga para em cortejo para o Itamaraty. A recepção deve seguir até 21h.
Segurança
Neste domingo (30), sob um forte esquema de segurança, a equipe responsável pela cerimônia de posse do presidente eleito fez na Esplanada dos Ministérios o último ensaio.
Após o ensaio, o atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse que os preparativos para a cerimônia estão prontos e que não houve grandes alterações em relação ao previsto no primeiro ensaio.
“A festa está pronta, será segura e certamente vamos ter um dia primeiro para coroar o processo democrático que se iniciou lá atrás no primeiro turno [das eleições] no dia 7 de outubro”, disse o ministro.
Imprensa internacional destaca Bolsonaro e seus desafios
A imprensa internacional destaca a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (1º). Os principais jornais da Europa, dos Estados Unidos e das Américas trazem na capa fotografias e detalhes da cerimônia de amanhã. Também afirmam que o Brasil entra uma nova fase política.
O presidente eleito é citado no The Times por sua intenção de assinar um decreto liberando a posse de arma para quem não tem antecedentes criminais.
Para o Financial Times, os desafios de Bolsonaro se concentram na concretização dos planos de reformas, como a da Previdência e tributária. Também ressalta que ele tem um “capital político” denso e, portanto, condições para levar adiante as propostas.
O francês Les Echos informa que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou o secretário de Estado, Mike Pompeo.
Na Espanha, o El Mundo publica reportagem, informando que, apesar das divergências entre o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e Bolsonaro, a expectativa é que tais diferenças não afastem os dois países.
Reportagem do El País, da Espanha, informa que Bolsonaro se alinha com os líderes políticos de Estados Unidos, Israel, Itália e Hungria. Ressalta ainda que ele conta com apoio de 75% da população. Menciona como desafios a relação com o Congresso.
Os jornais El Universal, do México e El Universal, da Venezuela, destacam que ao assumir o poder, o presidente eleito terá de executar as medidas que se propôs, como ações de combate à corrupção.
As agências de notícias Associated Press, Bloomberg e Reuters, além do jornal e ABC Color, do Paraguai, e China Daily ressaltam a afirmação do primeiro-ministro de Israel, Benejamin Netanyahu, que disse ter ouvido de Bolsonaro que a transferência da Embaixada do Brasil de TelAviv para Jerusalém é “uma questão de tempo”.
Bolsonaro recebe chefes de Estado amanhã
O Ministério das Relações Exteriores informou na manhã de hoje (31) que as reuniões do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com algumas das autoridades estrangeiras confirmadas para a cerimônia de posse deverão ocorrer amanhã e na próxima terça-feira (2). Os encontros do segundo dia de agenda contarão com a presença do futuro ministro da pasta, Ernesto Araújo.
Entre os compromissos já divulgados, está uma reunião, ainda sem data marcada, de Jair Bolsonaro com o secretário de Estado norte-americano, Michael Pompeo. Conforme adiantou a embaixada dos Estados Unidos, comporão a pauta temas comuns aos dois países, como a situação política da Venezuela, Nicarágua e Cuba.
De acordo com a embaixada, Pompeo assistirá à posse e, na próxima quarta-feira (2), parte do Brasil para Cartagena, onde se reúne com o presidente colombiano Ivan Duque.
Por meio da assessoria de imprensa, o Itamaraty também comunicou à Agência Brasil que comparecerão à solenidade 11 chefes de Estado, 11 chanceleres, 18 enviados especiais e três diretores de organismos internacionais. As presenças já anunciadas são de presidentes de países vizinhos, como Sebastián Piñera (Chile), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai), Iván Duque Márquez (Colômbia) e Marín Vizcarra (Peru).
Também desembarcam na capital federal o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que permanece no Rio de Janeiro até o Réveillon; o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular (Parlamento chinês), Ji Bingxuan, representante da China; e o chanceler da Argentina, Jorge Faurie.
Segundo o órgão, as demais autoridades não serão nominalmente citadas por questões de segurança.
A expectativa do governo é de que 60 delegações estrangeiras participem da posse. A lista de convidados para a cerimônia é de 140 pessoas.
Macri não vem para posse, mas se encontra com Bolsonaro dia 16
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, só vai se encontrar com Jair Bolsonaro no próximo dia 16 de janeiro, duas semanas depois que ele assumir a Presidência do Brasil. Macri está de férias com a família na Patagônia, preparando-se para enfrentar um ano difícil, em que terá que zerar o déficit fiscal, reduzir a inflação anual de quase 45% e tentar se reeleger para um segundo mandato.
Na posse de Bolsonaro, amanhã (1), a Argentina será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Faurie.
Bolsonaro será o terceiro presidente brasileiro desde dezembro de 2015, quando Macri assumiu a presidência, com a promessa de recuperar a economia. Mas isso depende, em boa parte, do desempenho do Brasil, “sócio estratégico” e maior parceiro comercial da Argentina. Tanto Macri, quanto Faurie já deixaram claro que para os argentinos a estabilidade politica e o crescimento econômico no país vizinho são fundamentais.
O maior desafio da Argentina, hoje, é cumprir as metas estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para continuar recebendo os desembolsos trimestrais de um empréstimo de US$ 56,3 bilhões, que o país negociou para fazer frente à crise cambial. Entre as promessas a serem cumpridas está a redução dos gastos públicos. Em 2019, o governo não poderá gastar mais do que arrecada e terá que fazer um ajuste, em ano de campanha eleitoral.
Na semana passada, o governo anunciou mais um ajuste de preços: o transporte aumentará 40%, a luz 43%, e o gás 35%. A notícia foi mal recebida em um pais onde a economia encolheu quase 2% este ano e a inflação acumulada, até novembro, chegou a 43,9%.
Venezuela
A crise migratória venezuelana é um dos temas que preocupa tanto o Brasil quanto a Argentina. Anos de desabastecimento, uma hiperinflação de um milhão por cento, e o avanço do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, sobre as demais instituições democráticas, já expulsaram três milhões de pessoas do país, que ainda é dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
Reeleito em maio, numa votação questionada pela oposição e por boa parte da comunidade internacional, Maduro assume seu segundo mandato no dia 10 de janeiro.
Outro tema que interessa a ambos é o futuro do Mercosul, integrado também por Paraguai e Uruguai. O que esté em discussão é uma forma de manter o bloco regional, mas encontrar uma fórmula que facilite a abertura dos mercados de seus membros a terceiros mercados.
Foto:José Cruz/Agência Brasil |
Os Dragões da Independência, policiais em carros, motocicletas e a pé os acompanham em direção ao Congresso Nacional. Pelo cronograma, o desfile do cortejo presidencial da Catedral até o Congresso ocorrerá às 14h45, com previsão de início da sessão solene de posse no Plenário da Câmara dos Deputados às 15h.
Em frente ao Congresso, o presidente eleito subirá a rampa e seguirá para o plenário na Câmara onde será oficialmente empossado. Ele fará um discurso. Tradicionalmente, é neste momento que são enviadas mensagens ao Parlamento e à sociedade.
Após o Congresso, Bolsonaro segue por volta das 16h para Palácio do Planalto. Haverá o Hino Nacional, revista às tropas, salva de 21 tiros e apresentação da Esquadrilha da Fumaça. No Planalto, ele sobe a rampa e segue para o Parlatório onde o presidente Michel Temer transmite a faixa presidencial.
Ainda no Planalto, o presidente eleito recebe os cumprimentos e nomeia sua equipe ministerial formada por 22 integrantes. Há a fotografia oficial em que o presidente eleito posa ao lado dos ministros nomeados.
A previsão é que por volta das 19h Bolsonaro siga para em cortejo para o Itamaraty. A recepção deve seguir até 21h.
Segurança
Neste domingo (30), sob um forte esquema de segurança, a equipe responsável pela cerimônia de posse do presidente eleito fez na Esplanada dos Ministérios o último ensaio.
Após o ensaio, o atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse que os preparativos para a cerimônia estão prontos e que não houve grandes alterações em relação ao previsto no primeiro ensaio.
“A festa está pronta, será segura e certamente vamos ter um dia primeiro para coroar o processo democrático que se iniciou lá atrás no primeiro turno [das eleições] no dia 7 de outubro”, disse o ministro.
Imprensa internacional destaca Bolsonaro e seus desafios
A imprensa internacional destaca a posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro, nesta terça-feira (1º). Os principais jornais da Europa, dos Estados Unidos e das Américas trazem na capa fotografias e detalhes da cerimônia de amanhã. Também afirmam que o Brasil entra uma nova fase política.
O presidente eleito é citado no The Times por sua intenção de assinar um decreto liberando a posse de arma para quem não tem antecedentes criminais.
Para o Financial Times, os desafios de Bolsonaro se concentram na concretização dos planos de reformas, como a da Previdência e tributária. Também ressalta que ele tem um “capital político” denso e, portanto, condições para levar adiante as propostas.
O francês Les Echos informa que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou o secretário de Estado, Mike Pompeo.
Na Espanha, o El Mundo publica reportagem, informando que, apesar das divergências entre o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e Bolsonaro, a expectativa é que tais diferenças não afastem os dois países.
Reportagem do El País, da Espanha, informa que Bolsonaro se alinha com os líderes políticos de Estados Unidos, Israel, Itália e Hungria. Ressalta ainda que ele conta com apoio de 75% da população. Menciona como desafios a relação com o Congresso.
Os jornais El Universal, do México e El Universal, da Venezuela, destacam que ao assumir o poder, o presidente eleito terá de executar as medidas que se propôs, como ações de combate à corrupção.
As agências de notícias Associated Press, Bloomberg e Reuters, além do jornal e ABC Color, do Paraguai, e China Daily ressaltam a afirmação do primeiro-ministro de Israel, Benejamin Netanyahu, que disse ter ouvido de Bolsonaro que a transferência da Embaixada do Brasil de TelAviv para Jerusalém é “uma questão de tempo”.
Bolsonaro recebe chefes de Estado amanhã
O Ministério das Relações Exteriores informou na manhã de hoje (31) que as reuniões do presidente eleito, Jair Bolsonaro, com algumas das autoridades estrangeiras confirmadas para a cerimônia de posse deverão ocorrer amanhã e na próxima terça-feira (2). Os encontros do segundo dia de agenda contarão com a presença do futuro ministro da pasta, Ernesto Araújo.
Entre os compromissos já divulgados, está uma reunião, ainda sem data marcada, de Jair Bolsonaro com o secretário de Estado norte-americano, Michael Pompeo. Conforme adiantou a embaixada dos Estados Unidos, comporão a pauta temas comuns aos dois países, como a situação política da Venezuela, Nicarágua e Cuba.
De acordo com a embaixada, Pompeo assistirá à posse e, na próxima quarta-feira (2), parte do Brasil para Cartagena, onde se reúne com o presidente colombiano Ivan Duque.
Por meio da assessoria de imprensa, o Itamaraty também comunicou à Agência Brasil que comparecerão à solenidade 11 chefes de Estado, 11 chanceleres, 18 enviados especiais e três diretores de organismos internacionais. As presenças já anunciadas são de presidentes de países vizinhos, como Sebastián Piñera (Chile), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai), Iván Duque Márquez (Colômbia) e Marín Vizcarra (Peru).
Também desembarcam na capital federal o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que permanece no Rio de Janeiro até o Réveillon; o vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular (Parlamento chinês), Ji Bingxuan, representante da China; e o chanceler da Argentina, Jorge Faurie.
Segundo o órgão, as demais autoridades não serão nominalmente citadas por questões de segurança.
A expectativa do governo é de que 60 delegações estrangeiras participem da posse. A lista de convidados para a cerimônia é de 140 pessoas.
Macri não vem para posse, mas se encontra com Bolsonaro dia 16
Presidente da Argentina, Mauricio Macri, está de férias na Patagônia Agência Reuters/Direitos reservados |
Na posse de Bolsonaro, amanhã (1), a Argentina será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Jorge Faurie.
Bolsonaro será o terceiro presidente brasileiro desde dezembro de 2015, quando Macri assumiu a presidência, com a promessa de recuperar a economia. Mas isso depende, em boa parte, do desempenho do Brasil, “sócio estratégico” e maior parceiro comercial da Argentina. Tanto Macri, quanto Faurie já deixaram claro que para os argentinos a estabilidade politica e o crescimento econômico no país vizinho são fundamentais.
O maior desafio da Argentina, hoje, é cumprir as metas estabelecidas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), para continuar recebendo os desembolsos trimestrais de um empréstimo de US$ 56,3 bilhões, que o país negociou para fazer frente à crise cambial. Entre as promessas a serem cumpridas está a redução dos gastos públicos. Em 2019, o governo não poderá gastar mais do que arrecada e terá que fazer um ajuste, em ano de campanha eleitoral.
Na semana passada, o governo anunciou mais um ajuste de preços: o transporte aumentará 40%, a luz 43%, e o gás 35%. A notícia foi mal recebida em um pais onde a economia encolheu quase 2% este ano e a inflação acumulada, até novembro, chegou a 43,9%.
Venezuela
A crise migratória venezuelana é um dos temas que preocupa tanto o Brasil quanto a Argentina. Anos de desabastecimento, uma hiperinflação de um milhão por cento, e o avanço do presidente venezuelano, Nicolas Maduro, sobre as demais instituições democráticas, já expulsaram três milhões de pessoas do país, que ainda é dono de uma das maiores reservas de petróleo do mundo.
Reeleito em maio, numa votação questionada pela oposição e por boa parte da comunidade internacional, Maduro assume seu segundo mandato no dia 10 de janeiro.
Outro tema que interessa a ambos é o futuro do Mercosul, integrado também por Paraguai e Uruguai. O que esté em discussão é uma forma de manter o bloco regional, mas encontrar uma fórmula que facilite a abertura dos mercados de seus membros a terceiros mercados.
Fonte: Agência Brasil (EBC)