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Investigação da Polícia Federal aponta que superintendente da Funasa recebia propina

A Polícia Federal (PF) pretende concluir em até 40 dias a primeira parte do inquérito da Operação Água de Prata, colocada em prática na última terça-feira em Santa Catarina para investigar supostas irregularidades em obras de saneamento no Sul do Estado. Nesta quarta-feira, um dos investigados, o servidor federal, Adenor Piovesan, se apresentou aos agentes e foi levado para o Presídio Santa Augusta, em Criciúma.

Piovesan é superintendente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Santa Catarina. A investigação da PF aponta que ele receberia propina de empresários para aliviar nas fiscalizações de obras no Sul. Os agentes constataram que em alguns casos o material usado para o serviço não era o contratado e as medições de obras já feitas apresentavam erros, o que não teria sido devidamente registrado pelo superintendente.

Ainda não há na investigação um valor que Piovesan teria recebido, mas a PF aponta que os desvios de apenas uma sobra chegam a R$ 2 milhões. Ao se apresentar, o superintendente não teria dados muitas informações que vão contribuir para as investigações. Ele está detido por um mandado de prisão preventiva.

Contraponto

O escritório do advogado Ruy Espíndola é o responsável pela defesa de Piovesan. A reportagem tentou contato com os defensores por diversas vezes desde a metade da manhã desta quinta-feira. No entanto, até as 13h, os funcionários e os advogados não deram resposta ao pedido de contraponto.

No começo da tarde, às 14h34min, o escritório afirmou que até o final da tarde desta quinta-feira haverá um contato para o contraponto.

Atuante no PMDB

Integrante do quadro do PMDB, Piovesan foi o único peemedebista a seguir em cargo público no governo federal depois que o partido anunciou a saída da base do governo Dilma Rousseff.

Nas Eleições de 2014, Piovesan atuou como integrante do comitê da campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT). Atualmente, ocupa também o cargo de presidente da Fundação Ulysses Guimarães (FUG) do PMDB. Segundo o colunista do DC, Moacir Pereira, durante a operação da Polícia Federal, Piovesan estava em Jaraguá do Sul.

A operação

Com o apoio da Controladoria-Geral da União foi possível comprovar que as empresas investigadas não executavam as obras de acordo com os projetos e as propostas que apresentavam nos procedimentos licitatórios. Ainda, no decorrer das investigações foi possível constatar diversas falhas nas licitações.

Operação Água de Prata

O nome da operação é uma alusão a um dos aquedutos construídos em Portugal no reinado de D. João III, em que ficou constatado que o responsável pela fiscalização, Pero Borges, teria desviado 50% dos recursos a ela destinados. Um ano após ser condenado, foi nomeado ouvidor-geral do Brasil, com a missão de distribuir justiça na então colônia.

Foto: Ester Zanette/Divulgação

Fonte: Diário Catarinense