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Mudança de escola exige ações conjuntas entre família e instituição

Iniciar os estudos em uma nova escola ou mesmo começar um curso superior acarreta em mudanças na vida de qualquer jovem. A partir deste momento, tudo é novidade: além da instituição escolhida, serão novos colegas, novos professores, novos processos de avaliação e, algumas vezes, mudança de casa e/ou de cidade. Neste caminho, todos os envolvidos são sujeitos com responsabilidades diferentes para o alcance de um objetivo em comum: formar e capacitar o aluno com qualidade e eficiência.

Da família ao professor, todo mundo tem o seu papel. “Para o jovem é importante pensar nas mudanças como oportunidades de crescimento”, diz Ademir Bazzoti, pedagogo da área de orientação educacional do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Luzerna. “A adaptação é um processo individual. Mesmo ocorrendo num ambiente coletivo, cada jovem tem seu tempo, e a história de cada um influi bastante. Estamos falando de sujeitos que estão em desenvolvimento, definindo suas identidades de forma intensa e ampliando suas interações sociais”, explica Ademir.

O apoio da família deve ser pautado por acompanhamento e muito diálogo, através da escuta e da abertura de espaços que valorizem a opinião do jovem. A liberdade também deve ser levada em conta neste novo momento. “Não é apropriado estabelecer o controle total ou proporcionar a tal carta de alforria. O primeiro porque gera pressão no jovem e o sufoca; e o segundo porque é um modo em que a família se isenta da responsabilidade, o que pode inclusive gerar indecisões no filho. É preciso proporcionar a autonomia, mas com responsabilidade e confiança”, diz Ademir.

As instituições de ensino também devem ficar atentas, proporcionando um ambiente propício para a busca do conhecimento e informando sobre os processos da instituição que possam contribuir para o melhor aproveitamento do ensino ofertado.

Escola e relações

No IFC Luzerna uma equipe composta por pedagogos, psicólogo, assistente social, assistente de alunos, tradutora e intérprete de língua de sinais, docentes e outros profissionais atua diretamente em ações de acolhimento para os novos alunos – tanto dos cursos de Ensino Médio Integrado, Técnico Subsequente e Graduação. A preocupação é de fomentar as relações com os estudantes, bem como dar atenção às mudanças pelas quais os alunos estão passando. “São processos de mudança de vida, de rotina, de adaptação ao novo ambiente escolar e às novas relações sociais”, fala o pedagogo da instituição.

“O IFC Luzerna recebe estudantes da região e de outras localidades do país. Assim, temos um ambiente rico para os jovens ampliarem suas relações de convivência e amizade. Muitas vezes o início exige uma nova organização do aluno com deslocamento, mudança de rotina, novas tarefas e moradia. São desafios de um recomeço, de uma nova etapa de vida”, comenta Ademir Bazzoti.

Já no momento da matrícula é realizada uma conversa com cada aluno. No caso do Ensino Médio, o responsável pelo estudante participa do diálogo. Nas primeiras semanas de aula, em todas as turmas, são prestadas informações sobre a instituição, o curso, as normas internas, como ocorrem os processos para o aluno se candidatar a bolsas de auxílio e orientações de como se organizar melhor para o estudo. Neste ano, algumas atividades extraescolares serão realizadas com o Ensino Médio Integrado, com a finalidade de ampliar o conhecimento do estudante sobre o campo de atuação que a formação profissional proporciona.

O psicólogo do campus, José Luís Machado, destaca outras peculiaridades destas ações. “Estamos também construindo uma perspectiva de formação gradativa e continuada em que procuramos, enquanto instituição, a internalização de algumas características junto aos alunos. Um exemplo é a promoção da autonomia, que é muito importante na proposta curricular do IFC.”

José Luís ressalta que o processo de acolhimento de 2016 ocorrerá com maior intensidade neste mês de fevereiro, conforme os alunos iniciam suas atividades. “Em janeiro aconteceram, junto com a matrícula, as entrevistas de acolhimento, que são um primeiro passo”, explica. “Neste ano alguns professores atuaram nestas entrevistas de forma bem ativa, o que foi muito positivo tanto para as famílias como para os próprios docentes, oportunizando um novo olhar sobre o processo educativo.”

Ainda de acordo com o psicólogo, especificamente para os alunos do Ensino Médio, outro ponto importante destas ações de acolhimento é a aproximação da família ao processo de formação dos seus filhos, trazendo à tona a atual noção de ensino-aprendizagem, em termos de condição humana e cognitiva. “Esta noção se dá pela soma família + instituição + sociedade + indivíduo”, não responsabilizando apenas o aluno ou o professor pelo processo. Devemos promover esse conceito de divisão de responsabilidade nestas instituições sociais”, finaliza.

Fonte: Portal Éder Luiz