Problema da conservação de rodovias é mais grave no Norte e NordesteValter Campanato/Arquivo Agência Brasil |
Com a elevação de custos por causa do transporte, soja e milho têm exportações prejudicadas Arquivo/Agência Brasil |
Segundo o diagnóstico da entidade, as deficiências nas estradas causam alto consumo de combustível, desgaste acelerado da frota de veículos e maior índice de acidentes. Isso onera os custos com a realização do transporte, o que pode afetar os valores do frete cobrado pelo serviço. Além dos problemas de infraestrutura, a CNT considera inadequada a distribuição modal de transporte.
“Os problemas logísticos estão associados à carência e à má qualidade da infraestrutura, a uma inadequada distribuição modal [entre as diversas opções para o transporte], à falta de incentivo para a inter ou multimodalidade e à concentração geográfica das estruturas disponíveis, que leva à saturação da capacidade de escoamento de algumas regiões”, avalia a pesquisa. O estudo destaca que os modais ferroviário e hidroviário, alternativos à rodovia, não recebem os investimentos necessários.
Para a CNT, investimentos em hidrovias são adequados para produtos com baixo valor agregado Angelo Perosa/Secretaria de Meio Ambiente SP/Direitos Reservados |
De acordo com a confederação, as ferrovias, por serem mais seguras, econômicas e menos poluentes do que as rodovias seriam mais apropriadas ao perfil geográfico brasileiro. Entretanto, é uma modalidade pouco utilizada e com oferta insuficiente. Já o transporte por hidrovias, em função do baixo custo da tonelada por unidade de distância e grande capacidade de movimentação da carga, seria adequado ao traslado de produtos com baixo valor agregado, caso de commodities (produtos básicos com cotação internacional) como a soja e o milho. “Entretanto, o modal apresenta baixa velocidade e, no caso brasileiro, reduzidas disponibilidade e frequência”, ressalta a CNT.
Para a pesquisa Transporte e Desenvolvimento - Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, foram entrevistados os responsáveis por logística das maiores exportadoras de soja e milho do país. O trabalho baseia-se também em estudos anteriores da CNT, como o Plano de Transporte e Logística e a Pesquisa CNT de Rodovias, ambos de 2014.
Fonte: Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas