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Estado prorroga por mais duas semanas a campanha de vacinação contra a gripe

Campanha prosseguirá até 05 de junho

A Secretaria de Estado da Saúde e representantes de municípios catarinenses decidiram em reunião realizada nesta quinta-feira, 21, em Florianópolis, prorrogar a campanha de vacinação contra a gripe em Santa Catarina, independente de orientação do Ministério da Saúde. A campanha, que terminaria nesta sexta-feira, 22, prosseguirá até o dia 5 de junho.

O principal motivo foi a baixa adesão dos catarinenses à imunização. Até o momento, 59% da população esperada buscou a vacina, com apenas 94 dos 295 municípios catarinenses atingindo a cobertura mínima de 80%. Entre os públicos-alvos da campanha, as crianças de seis meses a cinco anos, as gestantes e os portadores de doenças crônicas não-transmissíveis são as que mais preocupam. Por regiões, as associações de municípios da Região Serrana (Amures), do Alto Vale do Itajaí (Amavi) e do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc) apresentam a menor adesão à campanha. Na região serrana, apenas 41% do público-alvo buscou a imunização.

“Esperamos que com esta prorrogação as pessoas pertencentes aos grupos prioritários que ainda não se vacinaram se atentem sobre a importância da vacina e procurem os postos de vacinação. Além disso, os municípios podem realizar atividades de divulgação, ações de busca ativa e ampliação do horário de funcionamento dos postos, visando a facilitar o acesso”, salientou o diretor de Vigilância Epidemiológica, Eduardo Marques Macário. Em 2014, durante o período de campanha naquele ano, 77,6% dos grupos já haviam sido imunizados contra a gripe. Naquele ano, a campanha foi prorrogada por mais três semanas, alcançando ao final a cobertura de 90,9%.

A campanha pretende reduzir as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza, na população-alvo. A meta da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina é imunizar 80% dos 1.561.033 catarinenses que integram a população-alvo da campanha. Para isto, em todo o Estado, cerca de 6,7 mil profissionais estão atuando em mais de 1,7 mil postos, onde a vacinação é oferecida gratuitamente. Além desses locais, também o Hospital Infantil Joana de Gusmão está vacinando gratuitamente as crianças de seis meses a cinco anos. O horário de atendimento do posto de vacinação é das 7h30 às 16h, e fica em frente à unidade, no Bairro Agronômica.

A definição da população-alvo leva em conta os grupos populacionais que têm maior risco de desenvolver complicações decorrentes da Influenza. São crianças entre seis meses e menos de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29 dias), gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas com 60 anos ou mais, profissionais da saúde, indígenas, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional. A vacina protege contra três tipos de vírus influenza: A(H1N1), A(H3N2) e B. “Um caso de gripe em pessoas pertencendo a esses grupos pode evoluir para um quadro mais grave ou até mesmo óbito, daí a importância da vacinação como medida de prevenção”, reforçou o diretor da Dive.

Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave 
(SRAG) por Influenza

Em 2015, até o dia 21 de maio, foram confirmados 14 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza no Estado. Desses casos, nove são pelo vírus Influenza A (H3N2), quatro pelo Influenza A (H1N1) e um pelo Influenza B. Dois óbitos foram registrados, um pelo Influenza A(H1N1) em Videira, e outro por Influenza B em Florianópolis.

Contraindicações

A vacina não é recomendada para pessoas com alergia ao ovo, pois ele é utilizado na fabricação da vacina, e também é contraindicada para quem já teve reação anafilática ou alérgica à vacina.

Categorias de risco clínico com indicação para vacina contra influenza:

Doença respiratória crônica;

Doença cardíaca crônica;

Doença renal crônica;

Doença hepática crônica;

Doença neurológica crônica;

Diabetes;

Pacientes imunodeprimidos;

Obesos grau III;

Transplantados;

Portadores de trissomias: Síndrome de Down, Síndrome de Klinefelter, Sídrome de Wakany, dentre outras.

Segurança

A vacina usada na campanha contra a Influenza é segura e bem tolerada. Em poucos casos podem ocorrer manifestações de dor no local da injeção ou endurecimento. Um pequeno número de pessoas vacinadas pela primeira vez podem apresentar mal-estar, mialgia ou febre. Todas essas ocorrências acontecem em um número bem pequeno de indivíduos, são leves e tendem a desaparecer em 48 horas.

A vacina contra a influenza (gripe) é inativada, contendo vírus mortos, fracionados ou em subunidades, não podendo, portanto, causar gripe.

Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?

Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação e apresenta, geralmente, duração de 6 a 12 meses. O pico máximo de anticorpos ocorre de 4 a 6 semanas após a vacinação.

Sobre a gripe

A gripe é uma doença grave causada pelo vírus Influenza, que é transmitido a partir das secreções respiratórias, podendo sobreviver por minutos no ambiente, principalmente em superfícies tocadas frequentemente. Os sintomas iniciais são febre alta, dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e persiste por cerca de três dias.

O vírus influenza possui grande variabilidade de seu material genético, podendo apresentar três tipos e inúmeros subtipos. Os tipos A e B são os que mais causam doenças no ser humano. O influenza A é subtipado de acordo com as partículas que existem em sua superfície, sendo nominado com as letras H e N (Hemaglutinina e Neuraminidase), por exemplo: H1N1, H3N2, H5N1, H7N9. Todos estes são subtipos distintos do vírus influenza e que podem variar suas características de agressividade. Os vírus Influenza A que está circulado com mais intensidade nos últimos anos são o subtipos H3N2 e o H1N1, que são de linhagens distintas (não são mutações um do outro), e ambos têm potencial de causar doença grave.


Fonte: Rádio Catarinense