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Conselho de Comunidade da Comarca de Joaçaba realiza Assembleia no Presídio

(Foto: Arquivo Portal Éder Luiz)

Com a colaboração de Antônio Carlos “Bolinha” Pereira

Uma antiga aspiração transformada em realidade, o Conselho de Comunidade da Comarca de Joaçaba, tem implementado ações que tornam mais digna a realidade dos apenados no Presídio de Joaçaba. Nesta semana foi realizada a Assembleia Geral no Presídio, com a presença do Juiz Criminal, Dr. Márcio Umberto Bragaglia, do Prefeito Rafael Laske, componentes do Conselho e representantes dos órgãos de comunicação, além do Coordenador do Presídio, Márcio Roberto Bossardi. Na ocasião foi feita a prestação de contas do Exercício 2014 e foram apresentadas as reformas e ampliações realizadas: moderna e ampla cozinha, Setor de Saúde com consultório odontológico, salas da Gerência, da OAB, Penal, além de obras em andamento, como o novo alojamento semiaberto.

Presidido pelo empresário Jorge Dresch, o Conselho é um órgão representativo da comunidade, e conta com 35 membros oriundos de clubes de serviço, órgãos públicos municipais e estaduais, representantes da ACIOC, da CDL, e da sociedade em geral, num trabalho de voluntariado, sem nenhuma espécie de remuneração. A destacar a parceria entre o Conselho, o Juizado Criminal e o Presídio local, bem como a ideia pioneira do Dr. Bragaglia: a leitura de livros pelos apenados, como “Crime e Castigo”, de Dostoievski, “Moby Dick”, de Melville, ou “Dom Quixote”, de Cervantes, também conta para a redução de pena.

O Conselho de Comunidade foi autorizado a funcionar em dezembro de 2010 pelo Juiz Dr. Ademir Wolff, mas desde 1998 a Pastoral Carcerária reivindicava sua criação.

A Pastoral Carcerária, criada pela Igreja Católica, mantém contatos e relações de trabalho e parceria com organismos dos poderes Executivo e Legislativo, além de empresas e ONGs de nossa região. Entre seus principais trabalhos está a luta pela ressocialização, pois é grande o estigma a ser enfrentado pelos egressos do sistema prisional, diminuindo as chances de reintegração, tanto por parte dos empregadores como de amigos e até mesmo familiares. Afinal, eles erraram mas pagaram pelo seu delito e merecem um tratamento digno, como seres humanos.

O presídio conta com aproximadamente 170 presos, dos quais 119 ocupam parte de seu tempo com alguma atividade remunerada, seja internamente ou nas empresas que proporcionam essa oportunidade. Alguns estão no regime semiaberto e devido ao bom comportamento podem ir aos postos de trabalho, retornando para dormir no presídio. Os que não contam com essa regalia trabalham em sala apropriada, dentro da carceragem.

Além de redução da pena (três dias de trabalho correspondem a um dia a menos), eles recebem um salário, que é depositado em conta nominal, e pode ficar acumulado para quando saírem ou ser utilizado pelos familiares. Deste salário, 25% é depositado em uma conta do Conselho de Comunidade, somente pode ser utilizado por autorização judicial, para uso em melhorias que beneficiem os próprios presos e as condições das instalações.

A primeira dessas melhorias, ainda em 2012, foi a instalação de bloqueadores do sinal de aparelhos celulares, evitando assim problemas que acontecem em muitos outros locais.

Fonte: http://www.ederluiz.com.vc