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Estados do sul selam parceria para fortalecer a cadeia produtiva do leite

Os governadores de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul estarão reunidos nesta terça-feira (02), em Esteio (RS), para assinar um protocolo de intenções e criar a Aliança Láctea Sul Brasileira. A união dos estados do sul visa fortalecer e consolidar a cadeia produtiva do leite na região. O evento acontecerá às 14h, no Auditório da Administração do Parque Assis Brasil durante a 37ª Expointer. Às 17h, na Casa do Produtor Catarinense, Santa Catarina e Rio Grande do Sul selam mais uma parceria e ampliam o corredor de passagem da BR-101, permitindo a entrada de produtos de origem animal. 

Com a Aliança Láctea Sul Brasileira, a expectativa é de que em 10 anos, a produção de leite dos três estados chegue a 19,5 milhões de toneladas de leite por ano, 77% a mais do que é produzido hoje. Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são responsáveis por 33% da produção brasileira de leite com 11 milhões de toneladas de leite por ano. O secretário da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, explica que os três estados possuem características comuns na produção de leite por isso a iniciativa de unir esforços e tratar do desenvolvimento da cadeia produtiva em conjunto. 

A região formada pelo oeste de Santa Catarina, noroeste do Rio Grande do Sul e sudoeste do Paraná é a que mais cresce em produtividade do leite no Brasil, devido, principalmente, ao clima favorável, mão de obra qualificada e presença de pastagem o ano todo. O secretário Spies ressalta que o setor ainda pode melhorar muito em termos de infraestrutura com estradas para o transporte de leite, energia elétrica para o resfriamento e também investimentos nas propriedades, como em resfriadores e salas de ordenha.

Entre as preocupações dos secretários da Agricultura do Sul estão as ações voltadas para assegurar a sanidade dos rebanhos, principalmente voltadas para o controle de febre aftosa, brucelose e tuberculose. Atualmente, Santa Catarina é o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). 

Com uma taxa de crescimento médio de 8,6% ao ano, Santa Catarina se destaca como o quinto produtor nacional de leite, responsável por 7,9% da produção do Brasil. Com 80 mil famílias rurais envolvidas, a produção de leite está localizada, principalmente, em pequenas propriedades de agricultores familiares, ou seja, mais de 60% das propriedades tem área total menor que 20 hectares. 

Corredor de Passagem 

Desde abril, a BR-101 é corredor de passagem de produtos lácteos com origem no Rio Grande do Sul com destino a outros estados. E a partir de agora será permitida também a passagem de produtos de origem animal que pela legislação sanitária já podem ingressar em Santa Catarina. A fiscalização agropecuária será realizada a partir dos postos de divisa de Torres e Garuva por funcionários da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). Não será permitida a passagem de animais vivos. 

A medida é válida também para cargas com origem em outros estados e com destino ao Rio Grande do Sul. O acordo entre os governos gaúcho e catarinense visa melhorar a logística da produção agropecuária do Rio Grande do Sul e a distribuição de cargas nas rodovias, atualmente concentradas na BR-116 e BR-153.

Hoje Santa Catarina possui seis corredores sanitários por onde é permitida a passagem de animais e produtos de origem animal com o uso de lacres aplicados pela Cidasc nas fronteiras. O estado conta com 63 barreiras sanitárias com o Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de produtos agropecuários. A fiscalização nas fronteiras tem por finalidade proteger o rebanho catarinense de doenças como a febre aftosa, da qual Santa Catarina é área livre sem vacinação certificada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). 

Fonte: Ana Ceron - Assessoria de Imprensa