O isopor, ainda pouco aproveitado para a reciclagem, vem mostrando seu valor na indústria. Apesar disso, o reaproveitamento do material enfrenta dificuldades para decolar.
Encontrar matéria-prima suficiente para a transformação e a logística do material são apontados como os principais entraves. Em Santa Catarina, duas empresas apostaram no material e mostram que é possível lucrar e preservar o meio ambiente.
Para garantir a produção de isopor, a Termotécnica iniciou, em 2007, as operações de logística reversa do insumo, permitindo que o EPS descartado retorne ao processo de fabricação de novos produtos. A empresa de Joinville é responsável por mais de um terço da produção brasileira de isopor.
- Das 18 mil toneladas por ano produzidas na empresa, reciclamos 5 mil. A meta é igualar esse número até 2020. Nosso objetivo é ser responsável por 100% daquilo que colocamos no mercado - diz Albano Schmidt, presidente da Termotécnica.
Apesar de a reciclagem representar apenas 2% do faturamento, ele não descarta a possibilidade de transformar a divisão da companhia em uma nova empresa. Com operações de logística reversa em diversos pontos do Brasil, Schmidt diz que a reciclagem do isopor ainda precisa avançar na região Sul.
Em Braço do Norte, a Santa Luzia sofreu uma série de transformações e recriou seu modelo de negócio, agora com foco na sustentabilidade e em produtos voltados para a construção civil, arquitetura e decoração de ambientes internos e externos. A madeira, que chegou a ser o principal insumo da empresa, cedeu espaço para o plástico reciclado, que hoje responde por cerca de 95% da matéria-prima utilizada pela companhia.
- A madeira continua. Porém, há alguns anos criou-se a necessidade de procurar uma matéria-prima para facilitar a produção e evitar o uso de tanta madeira, e o que deu certo foi o isopor - revela o presidente da companhia, Gilberto Zanette.
Fonte: Diário Catarinense