A fatia das térmicas a óleo combustível e diesel
na geração de energia foi de 2,7% em 2013
na geração de energia foi de 2,7% em 2013
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Usinas estão operando mais tempo do que o previsto em contratoFoto: Francisco Bosco / Especial |
A participação das termoelétricas a diesel e a óleo combustível, as mais caras do sistema, na produção de energia elétrica no país tem crescido ano a ano. O peso dessas térmicas na geração aumentou praticamente 286% em apenas dois anos, segundo dados divulgados recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o setor elétrico brasileiro.
Em 2011, a fatia das térmicas a óleo combustível e diesel
na geração de energia foi de 0,7%. No ano seguinte,
o porcentual subiu para 1,3%.
Em 2013, essas duas fontes alcançaram 2,7% da geração, praticamente quatro vezes a participação verificada há dois anos.
A maior participação das usinas a diesel e a óleo combustível mostra que essas usinas estão operando mais tempo do que o previsto quando foram contratadas nos leilões de expansão do governo. O presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Antônio Veloso, afirmou que esses projetos foram concebidos para operar durante 15% do tempo ao longo do ano.
— Mas essas termoelétricas estão operando cerca de 60% a 70% do tempo —comentou o executivo.
Risco de falhas
A operação por um prazo mais longo do que o previsto aumenta o risco de falha dos equipamentos, o que pode fazer com que se tornem indisponíveis no momento em que o sistema elétrico mais precisa, como agora, em que o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas aumenta o risco de racionamento.
— Tem usina que já precisa passar por uma manutenção preventiva, mas não querem que as térmicas sejam desligadas — relatou Veloso.
De maneira geral, os motores das usinas passam por uma grande manutenção preventiva após 12,5 mil horas de uso.
Mas essa não é a única preocupação dos geradores térmicos. O aumento do preço do óleo combustível nos últimos anos tem dado dor de cabeça aos investidores, que trabalham para evitar que a operação das usinas dê prejuízos. Em janeiro deste ano, a Petrobrás, principal fornecedora do insumo, elevou em 15% o preço do óleo combustível, pressionando ainda mais as margens das companhias.
Diante desse cenário, Veloso revelou que já há comentários no setor de que geradores estariam buscando a importação de óleo combustível, cujo preço no exterior estaria mais barato do que o praticado pela Petrobrás. Porém, isso ainda não se refletiu na balança comercial do país. Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que não houve importação do insumo em janeiro.
O crescimento do peso das térmicas a óleo acompanha o movimento de expansão da geração termoelétrica no Brasil, em razão das fracas chuvas que vêm caracterizando os períodos úmidos desde o quarto trimestre de 2012. Enquanto a participação das hidrelétricas na geração de energia do país recuou de 91,2% em 2011 para 79,2% em 2013, a fatia da produção das térmicas cresceu de 8,4% para 19,8% no período, com destaque para a alta da geração a gás natural (de 2,7% para 11,2%).
FONTE:
AGÊNCIA ESTAD