Notícias do Novo Tílias News

Polícia dá novos detalhes sobre as investigações da Chacina ocorrida na creche em Saudades


O inquérito policial sobre o caso da Chacina na Creche em Saudades foi concluído pela PC (Polícia Civil) nesta quinta-feira (13). O Delegado Regional, Ricardo Newton Casagrande, deu novos detalhes sobre o caso em uma entrevista coletiva realizada na manhã desta sexta-feira (14). Participaram da coletiva o Delegado-Geral da Polícia Civil, Paulo Norberto Koerich, o Delegado Regional de Chapecó, Ricardo Casagrande e delegado da Polícia Civil de Pinhalzinho, Jerônimo Marçal Ferreira.

A Polícia informou que foi possível identificar duas situações: a primeira com relação a ação o criminoso na creche e a outra, com base no material encontrado no computador do jovem, que está se desdobrando em novas investigações envolvendo, inclusive, outros estados do Brasil.

Um ato covarde

Com relação ao fato ocorrido na creche, o delegado Jerônimo informou, primeiramente, que foi um fato isolado, no qual o autor agiu sozinho tendo premeditado o crime e com total consciência do que estava fazendo

“No dia do crime ele foi trabalhar, saiu no intervalo foi pra casa e depois para a creche. Ele estava planejando isso desde o ano passado. Seu objetivo era matar o maior número de pessoas possível e depois tirar a própria vida, como tentou fazer. De início ele queria atacar pessoas que tinha convívio e por isso o alvo era a escola que estudou, porém sem ter conseguido comprar uma arma de fogo ele achou que "não daria conta" e então em um ato de covardia optou por praticar o crime na creche” contou o delegado.

Sobre a motivação o delegado afirmou que as investigações apontaram para o perfil de uma pessoa totalmente isolada. Mas, isolada em um nível muito além de apenas ser uma pessoa tímida ou antissocial. Em paralelo ele estaria envolvido em um mundo virtual no qual tinha contato com muito material violento e convívio com pessoas violentas com pensamentos semelhantes ao dele. A família não tinha ideia dos pensamentos do jovem e teria tomado conhecimento da chegada das armas que foram compradas pela internet, mas não entendeu o fato, até ter ocorrido o crime.

“Ele vivia em um mundo que criou na cabeça dele. Convivia virtualmente com conteúdo inapropriado de extrema violência e pessoas muito ruins. Diante disso, foi alimentando o sentimento de ódio querendo descarregar” pontuou o delegado.

Arrependimento?

O delegado não repassou muitos detalhes sobre o depoimento, mas disse que o jovem confessou o crime, admitiu que agiu sozinho e chegou a dizer que se arrepende, mas nas palavras do delegado não ficou caracterizado um sentimento genuíno.

“Não sei se se arrependeu mesmo ou se só falou porque sabe o que fez e que agora será responsabilizado por isso. Ele foi indiciado por cinco homicídios triplamente qualificados, uma tentativa de homicídio também qualificado” comentou o delegado.

Investigação com apoio internacional e novos desdobramentos

Para a investigação do caso, além dos esforços pelas equipes de segurança de Santa Catarina, houve troca de informações e cruzamento de dados com apoio de agências de inteligência internacionais dos Estados Unidos (EUA). A extração de dados contidos no computador do suspeito apontou, que embora o caso tenha sido um ato isolado, foram identificadas outras situações e pessoas com interesses semelhantes, o que seguirá sendo investigado. No entanto, o delegado tranquilizou a população, já que nada apontou para um planejamento concreto.

“Não iremos dar muitos detalhes porque o conteúdo é sensível e isso pode atrapalhar as investigações, mas foram encontrados indícios de semelhança nos dados encontrados, porém sem um planejamento concreto ou algo que indique novas ações. O que achamos foi, em resumo, pessoas que pensam muito parecido com ele, envolvidas no mesmo mundo. Diante disso tomamos as providências repassando as informações aos Estados a que dizem respeito e o trabalho segue” comentou Jerônimo.

Com a conclusão das investigações o inquérito segue agora para o Ministério Público. O Jovem segue preso. 



Fonte: Éder Luiz