A Santur avalia implementar eventos-teste, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, para analisar as condições de segurança de grandes eventos. O ‘experimento’ já foi feito em países como Espanha e Holanda, que testaram a repercussão de casos de Covid-19 entre os participantes de baladas e festivais de música.
Uma das ideias é avaliar como seriam eventos ‘só para vacinados’. Outra proposta é testar eventos em que somente participantes 100% testados para Covid-19 podem participar.
Os eventos-teste foram propostos em uma reunião organizada pela Santur com representantes de entidades do setor de turismo e eventos, da Secretaria de Estado da Saúde e da Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica (Dive). Na reunião foi debatido o Selo Evento Seguro, que a Santur pretende lançar em breve.
Uma das medidas a serem incluídas no Selo é um aplicativo de rastreio, que permitirá acompanhar de perto casos de Covid-19 entre pessoas que estiveram em eventos, alertar os demais participantes, e assim conter a cadeia de transmissão. O rastreamento é fundamental para bloquear eventuais surtos.
A instituição do selo e do aplicativo já vinham sendo negociadas pelo presidente da Santur, Mané Ferrari, antes de ser exonerado por Daniela Reinehr durante o período de interinidade da vice-governadora. As discussões chegaram a ser reiniciadas por Eduardo Loch, que assumiu o posto. De volta ao cargo, Mané colocou o assunto na lista de prioridades.
Um Grupo de Trabalho, formado pela Santur, Saúde e representantes das entidades, dará sequência às conversas. Uma nova reunião ocorrerá na semana que vem para ‘bater o martelo’ quanto aos protocolos, e a ideia é que eles sejam revisados periodicamente. Os empresários do setor querem um avanço gradual e consistente, sem riscos de novos fechamentos.
– Os empresários estão conscientes de que é mais fácil avançarmos percentualmente, de forma semanal, do que continuarmos insistindo com ações exageradas, que acabam trazendo prejuízo lá na frente – diz Humberto Freccia Netto, presidente do Fortur.
Segundo ele, o diálogo melhorou com a Vigilância Epidemiológica.
– Está sendo mais fácil conversar com a Vigilância, porque também estamos mais compreensivos do nosso papel na questão do contágio. Cada passo comedido e bem desenhado vai permitir avançar no setor produtivo, sem prejudicar a questão da vida humana – avalia.
Os eventos estão autorizados atualmente em Santa Catarina, com algumas restrições de público e de horário. O Governo do Estado não tem intenção de fazer novas restrições.
Participaram da reunião Jane Balbinot, da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc-SC), Eveline Orth, da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape-SC), Marco Aurélio Floriani, da Federação dos Convention & Visitors Bureau de Santa Catarina, Humberto Freccia Neto, do Floripa Convention/Fortur, Rubens Régis, da União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios (Ubrafe) e Fábio Queiroz, da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SC).
Fonte: Dagmara Spautz/ DC