Dr. Ricardo Petraco MD PhD, Cardiologista da One Heart Clinic da Harley Street e Imperial College de Londres.
A palpitação é um sintoma muito comum descrito por pacientes, que também usam os termos "vibração", "ausência de batimentos cardíacos” ou até como “batedeira no peito". A definição mais técnica de uma palpitação é a sensação do coração batendo irregularmente, fora de sincronia com os batimentos normais, ou de forma inesperadamente acelerada. Por ultimo, recentemente, o uso de dispositivos inteligentes como relógios da Apple e fitbits está aumentando a consciência das pessoas sobre seus batimentos cardíacos, mesmo na ausência de sintomas significativos.
A grande maioria das palpitações são benignas e você não precisa ver um médico para investigá-las. É comum para um coração normal bater ocasionalmente de forma irregular e isso pode acontecer centenas ou ate milhares de vezes durante o dia, e a maioria de nós nem nos damos conta disso. Estresse, falta de sono e a ingestão excessiva de álcool e bebidas com cafeína pode contribuir para o aumento das sensações de palpitações. Recentemente, muitos pacientes estão experimentando um aumento de palpitações pós-infecção COVID-19, o que não necessariamente significa um dano cardíaco causado pelo vírus.
Então, quando uma sensação de palpitação pode ser um sinal preocupante? Em primeiro lugar, se você tem problemas cardíacos prévios, como insuficiência cardíaca ou angina, palpitações persistentes podem ser um sinal de ritmos cardíacos mais perigosos e deveriam ser investigadas. Além disso, se palpitações estiverem associadas com outros sintomas, como dores no peito ou sensação de quase colapso (síncope), elas também devem ser discutidas com seu médico, principalmente se houver uma sensação de um ritmo persistentemente acelerado (taquicardia) na ausência de esforço físico (quando você não está se exercitando).
Finalmente, se houver uma sensação de batimentos cardíacos persistentemente rápidos e irregulares, especialmente se você tiver mais de 65 anos e sofrer de pressão alta, isso pode ser um sinal de fibrilação atrial, um tipo comum de arritmia no idoso que pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral (derrame). O diagnóstico de fibrilação atrial requer um teste chamado de ECG (eletrocardiograma) e você deve falar com seu médico sobre isso.
Independentemente do tipo de palpitações, se elas são persistentes (por muitos meses) e perturbam sua qualidade de vida, você deve discutir opções diagnosticas e de tratamento com seu cardiologista.
Andrea Feliconio Lima
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