Queda na transmissibilidade e melhora no rastreamento de pacientes aponta para o fim da atual onda de Covid-19 que atingiu gravemente Oeste de SC
Em meio ao cenário de colapso na saúde, a transmissibilidade da Covid-19 teve queda em Santa Catarina, mas a taxa de mortes continua alta, mostra o último mapa de risco divulgado neste sábado (3) pela Secretaria Estadual de Saúde. O cenário aponta para o abrandamento da atual onda de casos no Oeste, mas também para o aumento da agressividade do vírus.
Os mapas de risco refletem a situação da pandemia nos últimos 15 dias, explica Fabiana Schuelter Trevisol, professora e epidemiologista daUnisul (Universidade do Sul de Santa Catarina). Entretanto pouco predizem quanto ao comportamento futuro da pandemia.
Dentre as principais mudanças deste novo mapa está areclassificação da região de xanxerê, que agora está em nível grave. É a primeira vez em cinco semanas que há uma região fora do nível gravíssimo. Contribuí para a reclassificação principalmente a queda no número de casos positivos.
Em todo o Estado houve melhora nos índices de transmissibilidade. Agora todas regiões estão em nível grave – na atualização anterior, cinco regiões estavam em nível gravíssimo.
Maior letalidade e hospitais lotados
Apesar da melhora na transmissibilidade, a taxa de letalidade vem crescendo em Santa Catarina. Ela indica o número de óbitos entre os casos confirmados da doença. Entre os dias 5 e 30 de março, a taxa saltou de 1,12% para 1,35%, o que levou Santa Catarina a deixar de ser o estado com a menor letalidade no Brasil.
“O atual perfil da Covid-19 em Santa Catarina é o de um vírus mais agressivo, com maior capacidade de infectividade e letalidade” explica o professor Jefferson Traebert, epidemiologista e professor da Unisul, com bas em análises epidemiológicas.
Outro fator que contribuí para o aumento do número de mortos é colapso no sistema de saúde, que não da mais conta da demanda, pontua Traebert. Neste atualização, todas as regiões estão em nível gravíssimo quanto a capacidade de atenção.
Toda a região do Oeste está em nível grave no evento sentinela, que é a capacidade em isolar e atender os pacientes logo nos primeiros dias de infecção.
Para Schuelter é natural que a região seja a primeira a apresentar melhoras. Isso porquê foi atual onda de casos no Estado teve início no Oeste catarinense. Com o a diminuição de casos, a previsão é de filas menores em enfermarias e UTIs da região nas próximas semanas.
“Toda epidemia tem essas características. Ocorre a elevação de casos e, depois que atinge um ponto alto, de número máximo, ocorre a queda” afirma Schuelter. O mapa reflete a situação nos últimos dias e ondas tão graves podem atingir a região se os cuidados não forem mantidos, alerta Schuelter.