Criados para ajudar em situações de guerra, os hospitais de campanha são estruturas temporárias que oferecem serviços de atendimento básico à saúde.
E a luta contra o novo Coronavírus pode ser considerada, sem exagero, uma guerra mundial, onde todo o planeta tem batalhado contra um inimigo imperceptível a olho nu. Segundo o infectologista Hemerson Luz, a importância da estrutura no combate à Covid-19 é fundamental. “Tem hospitais capazes de fazer um atendimento mais complexo, como cirurgias, atendimento oncológico, e esses hospitais estão praticamente parados, as filas estão grandes para os casos que não são da Covid-49. Por isso, os hospitais de campanha vão desafogar essa fila e podemos, quem sabe, discutir a reabertura de agendas, cirurgias e tratamentos oncológicos, coisas que estão ficando para trás”.
Pensando nisto, a Procuradoria-geral da República (PGR) tem questionado governadores sobre o porquê de muitos hospitais de campanha não estarem funcionando. O órgão quer saber como os recursos repassados pelo Governo Federal estão sendo aplicados, quando alguns hospitais em construção serão inaugurados e porque outras estruturas foram desativadas durante a segunda onda da Covid-19.
Em resposta, o governador do Piauí, Wellington Dias, justificou o motivo. “Graças a Deus, em um dado momento, nós fizemos dois movimentos em meio à pandemia: dobrar ou triplicar a rede permanente pública de hospitais, ou em parceria com hospitais privados, e já não precisava mais de hospitais provisórios, como eram os hospitais de campanha”, pondera.
Dados da PGR apontam que dos 66 hospitais de campanha abertos em todo o país, 7 ainda não funcionam e a metade está fechada. É o caso de um hospital de campanha de Brasília, que funciona no autódromo. Ele foi reaberto e deve ser entregue daqui duas semanas. Outras duas unidades da capital federal tiveram de ser reabertas para amenizar o colapso na saúde. “De certa forma foi inesperado esse aumento que teve em fevereiro e março, principalmente os números de março, que não são bons. Está relacionado com as novas variantes, que acabaram aumentando muito o número de casos, ao mesmo tempo a vacina não andou como esperávamos.
Então, a desativação ocorreu de forma não precoce, até porque os equipamentos foram repassados para o sistema de saúde”, ressalta Hemerson Luz. A expectativa do governo é de que novos casos de Covid-19 comecem a diminuir a partir de maio. De qualquer forma, os hospitais de campanha devem continuar funcionando e aqueles que estão em construção, não devem ter as obras interrompidas.
Até o momento, o Brasil já vacinou cerca de 33 milhões de pessoas com pelo menos uma dose da vacina contra o novo Coronavírus, porém, mais de 2 milhões ainda estão infectadas em todo o país. O Ministério da Saúde apontou que quase 80 mil pessoas foram infectadas durante o feriado de Tiradentes. Os hospitais de campanha devem atender futuros casos graves de Covid-19.
Por Luis Ricardo Machado
Fonte: Rede de Notícias Regional /Brasília
Crédito da foto: Divulgação RNR