Pesquisadores da Universidade de Brasília desenvolvem máscara que inativa o vírus da Covid-19
Alunos de pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram uma máscara facial para ajudar na guerra contra a Covid-19. O projeto, elaborado com o uso de Nanofilme de Quitosana, uma substância retirada da casca de camarões e lagostas, retém o vírus, inativando o novo Coronavírus em seguida.
A máscara parece ser comum porque a substância é imperceptível a olho nu, como explica o professor e pesquisador da UnB, Mário Fleury. “O respirador Vesta é uma máscara modelo N95, embarcada em Nanotecnologia de Quitosana. Esta tecnologia auxilia na retenção do vírus Covid-19 e na sua desativação”, explica o professor.O utensílio parece comum, daqueles que já estamos acostumados a usar. Segundo a chefe do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente da UnB, Janine Montefusco, o funcionamento da máscara é simples. “É uma atração eletrostática. Ela atrai esse vírus inativando ele na máscara.
O objetivo deste projeto é provar que essas partículas, estando na camada da máscara, tendo esta substância e inativando o vírus, a gente tem uma sensação de segurança muito maior”. Esse é o primeiro projeto brasileiro contra o novo Coronavírus que foi desenvolvido com produtos 100% naturais. O experimento começou a ser estudado em março de 2020 e, agora, um ano depois, os pesquisadores vão coletar os primeiros resultados. O equipamento está em fase de teste clínico, ou seja, está sendo testado em pessoas. Profissionais da saúde de um hospital público de Brasília se voluntariaram para comprovar sua eficácia.
De acordo com Janine, cerca de sessenta profissionais da saúde de Brasília são voluntários no projeto. Durante o turno de trabalho, metade da equipe usa a máscara de Nanofilme e a outra metade utiliza máscaras comuns. Ao fim do expediente, o material é coletado e mandado para análise na universidade. “A gente está muito otimista e acreditando muito que em breve teremos esta máscara no mercado, porque realmente ela inativa o vírus”, comenta a professora, complementando que ela estará disponível para os profissionais de saúde, “principalmente para a gente que está aqui no SUS”, comemora.
Para isso, a equipe precisa continuar com o projeto e os recursos estão acabando. Por isso, os voluntários abriram uma vaquinha online para arrecadar R$ 200 mil, montante necessário para dar continuidade às pesquisas e o Projeto Vesta não pare. A expectativa para o futuro do produto é alta. Se tudo sair como o esperado, a máscara será disponibilizada para as pessoas, tudo com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Por Luis Ricardo Machado
Fonte: Rede de Notícias Regional /Brasília
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