Durante a situação crítica que Chapecó vive devido à Covid-19, o município recebeu, nesta sexta-feira (5), a visita do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Durante a passagem, Pazuello classificou como “exemplar” as medidas adotadas no combate à pandemia – já que nas últimas semanas, o município ampliou o número de respiradores e montou uma estrutura no Centro de Eventos, com leitos de enfermaria.
O integrante do Governo Federal visitou dois espaços destinados ao tratamento de pacientes com Covid-19 – a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Presidente Médici, que passou a atender exclusivamente os pacientes de Covid-19, e a estrutura montada no Centro de Eventos, que recebeu o nome temporário de Centro Operacional da Covid-19.
Conforme a Prefeitura de Chapecó, o número de leitos de UTI destinados à Covid-19 – que estava em 35 antes do colapso – aumentou para 126 em Chapecó. Já no Centro de Cultura e Eventos, foram instalados 75 leitos de enfermaria e 20 Unidades de Tratamento Semi-Intensivo.
“Chapecó é modelo. Pude visitar a estrutura que foi montada e podemos dizer que é exemplo para o país. Tudo muito organizado. Não parem com a oferta de leitos. Com essa moral e essa capacidade não tem como perder a guerra”, disse o ministro, em reunião com o governador Carlos Moisés da Silva, secretários de Estado, deputados, prefeitos e representantes do Ministério da Saúde.
Saiba o que o ministro disse em coletiva de imprensa
Durante a passagem pelo município, Pazuello atendeu à imprensa. Veja quais foram as respostas emitidas pelo ministro:
Pergunta: Falando sobre a distribuição de vacinas para compra pelos estados e municípios, tem alguma previsão?
Pazuello: Nós já em relação a compra de vacinas, o Ministério tem praticamente quase 580 milhões de doses da vacina, entre contratadas e em negociação. Negociações com exclusividades com laboratórios. Isso tudo dentro da lógica do PNI. O projeto de lei que foi aprovado na câmara mostra a possibilidade de ali da compra dos estados, possibilidade da compra pela iniciativa privada e define claramente para o SUS. Quanto aos estados e municípios, ainda estamos discutindo com o congresso pra ficar claro o projeto de lei para entender o que seria o ideal, esse é o entendimento de que tudo o que é comprado vai para o PNI. Então ainda estamos trabalhando para que esse projeto de lei fique bem claro para evitar esse tipo de distorcer na ponta da língua. Espero ter te respondido com todos os detalhes.
Pergunta: O que de efetivo o Ministério pode fazer para nossa região que está passando por uma situação muito difícil, o estado e o município, que inclusive está ampliando sua estrutura para o atendimento à população? E além disso, em relação a nova cepa, e eu vejo por exemplo os EUA que anunciou que vai ter agora vacinação para toda população adulta até a metade do ano. O senhor acha que vai demorar muito para a vacina chegar no segundo semestre a todo país?
Pazuello: Desculpe, no primeiro semestre. Não estou falando em 100%, mas estou falando em vacinar todos os grupos prioritários, que é praticamente metade da população até o final do primeiro semestre. Já controlaria bastante a pandemia. E a outra pergunta eu vou pedir para responder o secretário, cadê o secretário? Não, não, vou pedir para o Xanxerê, cadê o Xanxerê? Xanxerê tá aqui, responde pra ele, qual foi as ações efetivas do ministério?
Prefeito de Xanxerê, Oscar Mascarello (PSDB): O ministério doou respiradores, doou também monitores, tivemos sete profissionais que chegaram já no segundo dia em Xanxerê, profissionais da área da saúde com experiência em UTI que estão em Xanxerê. E tem mais 15 chegando para o Hospital São Paulo. Tivemos sim, resposta rápida do governo do Estado e também Federal. Claro que essa pandemia pegou a gente despreparado para uma situação tão grande como essa.
Pazuello: Eu preferi colocar dessa forma, acho que a forma mais confiável para te responder.
Pergunta: O senhor está visitando a região, gostaria de saber qual a avaliação que o senhor faz do trabalho que vem sendo feito para criar novos leitos e reduzir os casos de Covid aqui no estado?
Pazuello: É um exemplo. (pausa) Eu respondi direto porque eu achei que era a melhor resposta que eu poderia te dar.
Pergunta: Qual é a conclusão da conversa aqui com os outros prefeitos e o que deve ser levado para o governo Federal, para o presidente Bolsonaro?
Pazuello: Eu acredito que nós vamos poder observar como está acontecendo a pandemia neste momento. Nós estamos falando de uma nova cepa, uma nova linhagem, que é a P1, com as suas variantes e como ela funciona mesmo. Como ela tá agindo, me parece mais local do que regional. A primeira observação que eu vou levar para ele é como eu vi a situação aqui, como ela subiu, como ela desceu. O tempo que ela representa e a necessidade de nós estarmos com estruturas regionais montadas e aptas para receber o entorno. Acho que essa é a observação principal que eu vou levar. E mantê-la!
Pergunta: Qual a sua impressão que em Chapecó o Centro de Eventos está sendo atendido com gente esperando ainda leitos, e falando ainda vacinas, qual a previsão de vinda para Chapecó?
Pazuello: Olha eu já respondi sobre como eu via a resposta de Chapecó, respondi a pouco. E eu acho que volto a colocar para você que eu gostaria que essa resposta estivesse em todo país, muito organizada e o olhar das pessoas que estavam trabalhando, pareceram muito motivados também, com a moral elevada. Eu acho que isso demonstra, qual é a sensação de resposta. Não tem mágica, você não faz mil leitos em um dia, mas você faz 50, 60, 70 e vai subindo até nós termos capacidade de atender todo mundo o mais rápido possível. A impressão de que a curva estabilizou já é uma realidade. Então acredito que a missão está sendo muito bem cumprida. Quanto às vacinas vou colocar, reitero, que a gente vai ter entrega semanal de vacina. Até o final de março a gente vai estar entregando de 4 a 5 milhões de doses.