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Há espaço para Brasil negociar vacinas porque mundo quer conter variante, diz Bolsonaro


O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o mundo tem interesse em conter a disseminação da variante brasileira do coronavírus, que tem maior transmissibilidade do vírus, e que, por isso, há mais espaço para a negociação de vacinas.

Em entrevista ao programa Brasil Urgente, do jornalista José Luiz Datena, Bolsonaro lembrou que a produção de imunizantes é insuficiente para atender a população mundial, mas garantiu que a população brasileira será imunizada.

"Agora, porque há espaço para nós? Porque temos uma cepa nova aqui", disse.

"Então, o mundo todo tem interesse que isso não se espalhe, que fique aqui, que seja combatido aqui."

O governo federal tenta acelerar a vacinação no Brasil em meio a críticas sobre a lentidão no processo de imunização da população e diante do forte aumento recente no número de casos e mortes da doença no país.

Mais cedo, Bolsonaro teve reunião com executivos da Pfizer, conversa que contou com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, onde ficou acertada a compra de vacinas.

Segundo Guedes, o governo federal fechou acordo que prevê a entrega de 14 milhões de doses de vacina contra Covid-19 da farmacêutica norte-americana ao Brasil até junho, com antecipação de 5 milhões de doses nesse período.

Na entrevista desta segunda-feira, Bolsonaro negou ter mudado seu posicionamento sobre a vacinação. Afirmou que mantém sua determinação de comprar as vacinas que obtiverem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Bolsonaro, no entanto, questionou várias vezes as vacinas, afirmando que não tomará o imunizante, e chegou a comemorar como uma vitória pessoal a breve interrupção dos testes com a vacina CoronaVac, conduzidos pelo Instituto Butantan, determinada pela Anvisa após a morte de um voluntário em um suicídio não relacionado à vacina.

Também travou contínuo embate com a Pfizer, por considerar que o contrato oferecido pelo laboratório trazia cláusulas abusivas. O presidente resistia, principalmente, ao fato de a empresa se eximir de responsabilização civil no caso de eventuais efeitos adversos.

Mas projeto aprovado pelo Congresso na última semana, autorizando a União a assumir essa responsabilidade, mudou o cenário.



Fonte: Reuters