Com a aprovação do orçamento do Governo Federal para 2021, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que vai antecipar o pagamento dos benefícios aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Sem definir datas para o pagamento, em sessão na Comissão Mista de Orçamento no Congresso, Guedes afirmou que a medida vai trazer um pouco mais de alívio na crise financeira no Brasil. “Mais R$ 50 bilhões vem de dezembro para agora. Então, nós vamos proteger os mais vulneráveis, os idosos, nesta segunda grande guerra contra o Coronavírus. Esses recursos podem vir, de novo, sem impacto fiscal, porque é apenas uma antecipação de recursos dentro do mesmo ano”. Durante a sessão, o ministro rebateu as críticas sobre o valor do novo Auxílio Emergencial de R$ 250, previsto para ser pago a partir de abril. Ele reconheceu que é preciso fortalecer a ajuda aos mais pobres, porém, reforçou que o governo não pode aumentar despesas sem compensar os gastos. “Um estado rico, como é o estado brasileiro, poderia ter dobrado o valor do Bolsa Família. Se você aumenta esse valor sem, do outro lado, ter as fontes de recursos corretas, você traz de volta a inflação de dois dígitos, como era antigamente, e o resultado final é um desemprego em massa, 40 milhões de brasileiros invisíveis de um lado, e o imposto mais cruel de todos sobre os mais pobres, que é a inflação”. Para o economista e analista político Victor Scalet, a antecipação do pagamento dos benefícios aos aposentados e pensionistas do INSS pode dar um respiro na situação financeira do Brasil, mas é preciso adotar outras iniciativas. “Isso coloca mais recurso na economia neste momento em que a gente está vendo mais restrições e fechamentos, e que parte dos brasileiros não está conseguindo trabalhar, gerar renda. Então, é importante para ajudar a suavizar este movimento. Para este ano a gente tem apurado e lido em entrevistas de membros da equipe econômica que outras medidas como esta, de antecipação e de diferimento de impostos, serão tomadas. É um tipo de coisa que não tem impacto fiscal direto e pode ajudar a segurar a atividade econômica neste momento mais complicado”.
Ainda de acordo com o presidente do Conselho de Economia do Distrito Federal, Cesar Bergo, quem receber a antecipação precisa ficar atento para não gastar o dinheiro de forma errada. “O segurado que receber esses recursos precisa ter muita calma, muito tranquilidade nos gastos que vai realizar para não faltar amanhã. Como diz o título, é uma antecipação, ou seja, ele vai receber alguns recursos agora, mas serão descontados no futuro. Que ele faça bom uso desse dinheiro, se possível reserve uma parte para utilização em uma emergência, para não precisar cair em pagamento de juros, cheque especial, cartão de crédito, ou seja, para não aumentar seu endividamento”, finaliza o economista.
Por Luis Ricardo Machado
Fonte: Rede de Notícias Regional /Brasília