O vereador Olacir Cavalli (PSDB) apresentou requerimento solicitando ao Poder Executivo Municipal que decrete situação de emergência no município em função do ataque do inseto conhecido como “cigarrinha” nas plantações de milho.
Segundo Cavalli, a decretação de situação de emergência é o reconhecimento legal, pelo município atingido, de uma situação anormal provocada por desastres ou infestações. “Neste caso, temos a alta incidência de cigarrinha-do-milho na safra 2020/2021, que está causando sérios prejuízos para os produtores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, que estão sofrendo pelo impacto da praga na produtividade da cultura”, destacou.
O vereador relata que depois de enfrentar uma forte estiagem e período prolongado de chuvas, o agricultor se deparou com este grave problema. “Temos produtores que plantaram 40 hectares de milho e tudo já está perdido. Na próxima safra vamos sentir os reflexos ainda mais negativos por não termos como fazer silagem, pois a planta é totalmente destruída. Não teremos condições de alimentar os animais em confinamento, por isso solicito ao Poder Público que faça um levantamento das perdas e decrete situação de emergência. Só assim conseguiremos auxilio do Governo do Estado”.
As perdas ocasionadas pela praga podem chegar a mais de 90%. Milharais atacados pelo inseto apresentam como sintomas a redução do porte das plantas e da área foliar, o multiespigamento, a redução da altura de inserção da espiga e a má formação de espigas e grãos, o que afeta diretamente o rendimento das lavouras.
Cigarrinha-do-milho
São insetos de tamanho reduzido, com 0,4 cm, de coloração branca a palha e duas manchas pretas na parte dorsal da cabeça. Os indivíduos têm período embrionário de 5 a 10 dias, fase de ninfa de 14 a 16 dias, levando em média 24 dias para chegar à fase adulta. Essa fase apresenta longevidade média de 45 dias, que varia em uma mesma população e com a temperatura ambiente. Esses insetos provocam injúrias nas plantas de milho pela sucção de seiva, injeção de toxinas e transmissão de fitopatógenos, principalmente aqueles relacionados aos enfezamentos.
A cigarrinha se torna transmissora desses fitopatógenos após se alimentar em uma planta infectada. Para isso, o inseto necessita alguns segundos ou horas de sucção para adquirir e posteriormente transmitir os fitopatógenos a outras plantas de milho. Os adultos da cigarrinha podem se alimentar de outras plantas da família do milho, mas só se reproduzem em cartuchos de plantas de milho. Na entressafra, as cigarrinhas sobrevivem e se multiplicam em tigueras de milho ou outras lavouras de milho para as quais os adultos se dispersam pelo voo.
Fonte: Joce Pereira/Assessoria de Imprensa