As desavenças públicas entre o governador de São Paulo João Doria e o deputado mineiro Aécio Neves, ambos do PSDB, chegaram a um novo patamar. Após promover um jantar, na noite desta segunda-feira (8), a fim de por em pauta a expulsão de Aécio do partido, Doria foi alvo de uma nota em que Aécio o chama de “oportunista” e diz que o partido “não tem dono”.
– O destempero do governador se deve, na verdade, à sua fracassada tentativa de se apropriar do partido, como ficou explicitado no jantar promovido por ele ontem, que tinha como objetivo afastar o atual presidente Bruno Araújo, para que ele próprio assumisse a presidência do PSDB – diz a nota.
Além da disputa interna pelo comando do partido, outro ponto sensível que realçou a ira de Doria foi de que Aécio teria, supostamente, trabalhado dentro da legenda para manter o partido neutro diante da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados – contrariando Doria, que queria eleger o deputado Baleia Rossi, lançado pela oposição liderada por Rodrigo Maia.
– Se o Sr. João Dória, por estratégia eleitoral, quer vestir um novo figurino oposicionista para tentar apagar a lembrança de que se apropriou do nome de Bolsonaro para vencer as eleições em São Paulo, através do inesquecível Bolsodoria, que o faça, sem utilizar indevidamente e de forma oportunista outros membros do partido – apontou.
Aécio ainda “aconselhou” o colega de legenda a “conquistar a simpatia do partido” ao invés de tentar dominar a legenda com manobras políticas.
– O governador Doria deveria buscar conquistar a simpatia do partido, ao contrário, ele busca tomar o partido para si. Criou um problema artificial tendo como objetivo tirar da presidência Bruno Araújo, assumir o seu lugar, impedir prévias e não dar margem para qualquer possibilidade do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, crescer na preferência da militância. Usou Aécio Neves como instrumento – diz a nota.
Fonte: Michel Teixeira