Rodrigo de Oliveira, que é pai de um adolescente de 15 anos, publicou uma nota de indignação em várias redes sociais de Concórdia no fim de semana. O motivo do protesto dele é a violência que o filho, que é autista, sofreu na Praça Dogello Goss, no centro do município. Segundo o relato do pai, o menino foi espancado e apresenta vários ferimentos pelo corpo. Ele também registra que as agressões não tiveram motivos e o homem deu socos, chutes e tentou estrangular o menino, ao perceber que ele é autista.
De acordo com Rodrigo, o fato aconteceu na manhã de domingo. Ele socorreu o filho e acionou a Polícia Militar. “Ele foi agredido pelas costas, pelo simples fato de ser autista. Meu filho não fez nada, estava passeando com seu cachorro de estimação”, contou o pai no Facebook. “O agressor tentou estrangular meu filho aplicando um golpe mata-leão e desferiu diversos socos e chutes. Derrubou ele no chão e jogou bebida nele. Ele gritou e algumas pessoas que estavam próximas o socorreram. Fui até a Praça com ele e chamei a Polícia, que chegou ao local”, detalhou. “Meu filho foi ameaçado de morte e o agressor falou que se ver ele na rua vai quebrar ele todo, falou isso na frente de todos. O Boletim de Ocorrência foi registrado e demais providências foram tomadas, mas o agressor foi liberado”, registrou Oliveira.
Em contato com o Jornalismo da Aliança FM, Rodrigo relatou que a família mora em Concórdia há seis meses. “A gente imaginou que aqui fosse bem mais tranquilo. É uma situação triste, poderia ser com qualquer outro”, lamentou. “Meu filho tem síndrome de Asperger, que faz parte do transtorno do espectro autista. Tem transtorno de deficit de atenção e hiperatividade, depressão e transtorno de ansiedade. Ele tem deficiência neurológica e usa a Praça pra dar uma volta com o cão e aliviar o estresse de vez em quando, isso faz parte do tratamento, é orientação médica. Está em estado de choque e além da lesão corporal, meu filho sofreu violência psicológica fortíssima, está em estado de choque. E a pergunta que eu faço e a seguinte. Ele apanhou por ser autista? Ele não incomoda ninguém”, detalhou o pai. “A mãe dele e eu desprezamos todo o tipo de violência e nosso sentimento é de revolta. Meu filho é indefeso, mas eu não posso trancar ele dentro de casa por ser autista, ele precisa conviver com a sociedade”, explicou Rodrigo.
A Polícia Militar confirmou à Aliança FM que uma guarnição esteve no local. Segundo a PM, o agressor apresentava sinais de embriaguez e tem várias passagens pela polícia. Ele foi abordado e ele vai responder um Termo Circunstanciado por lesão corporal, que é a punição que cabe neste tipo de situação. Ele não chegou a ser preso.
Informações Rádio Aliança