No dia 5 de janeiro, há 20 anos atrás, o Lucas e o Gabriel Fischer nasciam em Joinville, no Norte de Santa Catarina, em uma maternidade especializada. O momento de euforia da família com a chegadas dos bebês era acompanhado por um sentimento de apreensão. Os gêmeos eram siameses e nasceram ligados pela barriga.
Foram quatro meses de internação para a realização da cirurgia de separação dos bebês.A mãe dos gêmeos, Leonita Maria Perazza, descobriu a singularidade dos bebês aos dois meses de gestação. A família, que é natural de Brusque, no Vale do Itajaí, teve que ir até o Norte do estado para realizar o parto. A cirurgia levou oito horas e teve o envolvimento de uma grande equipe do hospital.
“Foi complicado, foi muito triste, emociono-me ao lembrar disso, mas graças a Deus correu tudo bem e hoje agradeço a Deus por eles estarem do meu lado. Foi um presente de Deus”, disse a mãe.
Reabilitação e celebração
Depois da cirurgia que separou os bebês, a vida seguiu para a família, e não foi fácil. A mãe dos gêmeos, que já tinha outras duas filhas, criou os quatro irmãos sozinha.
Mas a cada dia 5 de janeiro a família celebra junto com Lucas e Gabriel a vida e agradecem pelo feito dos médicos.
“Na época, quando a gente nasceu grudado, os médicos acharam que, por conta disso, iam se causar sequelas severas. Só que graças a Deus e graças aos médicos, a cirurgia ocorreu o mais corretamente possível. Hoje em dia, o fígado se regenerou e a única sequela que ficou foi uma pequena perda auditiva. Só que isso foi corrigido com aparelho auditivo. Tirando isso, hoje em dia a gente não tem sequela nenhuma!”, afirmou Lucas.
Hoje, os jovens não estão mais conectados fisicamente, mas não desgrudam um do outro. Os gostos, as vontades e até os sonhos são parecidos… assim como a gratidão.
“É como os outros adolescentes, a gente tem momentos de tristeza, tem momentos de felicidade. Mas saber que a gente está completando 20 anos é muito gratificante. Se falassem para a nossa mãe no passado que os filhos dela completariam 20 anos, sem sequelas e com saúde, acho que ela não acreditaria”, disse Gabriel. (G1)