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Após cinco meses de tratamento, jovem ponteserradense vence o câncer e recebe alta hospitalar


Quando o cansaço extremo e a tosse começaram, a jovem nutricionista, de 29 anos, imaginou que alguma coisa estava errada. O suor excessivo durante às noites fizeram Tuane Franzon Ribak acreditar que estava com pneumonia.

O diagnóstico de Leucemia Linfoide Aguda veio logo após e causou um grande estranhamento por parte dela e da família. O câncer chegou para abalar a vida dela e a tirar da rotina como antes nunca havia acontecido. Porém, mesmo sabendo que carregava consigo uma doença grave, Tuane – que foi criada no município de Ponte Serrada – lutou até os últimos dias de tratamento para se livrar do pior.

O diagnostico de câncer chegou no dia 21 de julho, através de duas pleuroscopias e de exame de punção da medula. “Na minha primeira tomografia, eu já sabia que tinha câncer, eu senti. Eu lembro que chorei, minha mãe que estava comigo chorou. Mas ao mesmo tempo eu sentia uma força muito grande dentro de mim, que tudo seria passageiro e que tudo daria certo”, contou Tuane.

Após os resultados, o tratamento imediato chegou. Tuane relembra que foram feitos três ciclos de quimioterapia, com intervalos cada um de 10 a 12 dias, onde a jovem permanecia em média 30 dias internada.

Por estar mais frágil e com a imunidade baixa, a nutricionista acabou tendo complicações no terceiro ciclo de tratamento. Ela relata que precisou ficar dois dias na UTI, chegando a ficar 36 dias internada logo após. Mas, apesar dos obstáculos, conseguiu vencer.

Jovem comemorando após ter vencido a leucemia (Fotos: Arquivo pessoal)

Transplante

No início do mês de dezembro, Tuane foi internada no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. Durante sua estadia em um novo hospital, ela passou pelo processo de condicionamento para receber uma nova medula.

Conforme explicado por ela, o condicionamento constitui em preparar o corpo do paciente para receber as células sadias da medula óssea por meio do transplante. Isso acontece através de sessões de quimioterapias e radioterapias.

O transplante em Tuane foi realizado no dia 10 de dezembro, onde sua doadora foi Bárbara Ribak, a irmã. “O meu transplante foi um sucesso, os médicos ficaram muito felizes com o resultado. Não tive efeitos pós-transplante, o que ajudou muito na minha recuperação”, contou Tuane.

Bárbara já sentia que poderia ser a doadora. Como ela mesmo disse, “era como se tivesse uma vibração dentro de mim que falava o tempo inteiro”. Mesmo com muitas outras pessoas da família na fila para o caso de Bárbara não ser compatível, a irmã mais nova já estava se preparando para a notícia boa.

A mãe das meninas foi quem deu a notícia à Bárbara, que foi 100% compatível com a irmã para a doação de medula.

“Eu e ela, antes disso, nossa família era mais afastada, a gente se encontrava em datas especiais e acho que isso foi uma coisa que juntou toda a família. Ela ficou muito feliz, porque era a cura dela e quando eu temia, ligava para minha mãe chorando com medo de não poder doar e ela sempre falava que Deus me colocou como doadora e que não iria me tirar, ela sempre deu força pra todos nós. E hoje a nossa conexão é uma coisa inesplicavel. Muda a visão das prioridades da gente”, comentou Bárbara, emocionada.

A vitória

A medula pegou!

Foi assim que Tuane comemorou nas redes sociais e acalentou os corações de quem estava orando e torcendo por ela desde o começo. Foram pouco mais de cinco meses de tratamento, em que os dias de exaustão pareciam nunca terminar.

Apesar disso, hoje Tuane agradece. Nesta segunda-feira, dia 4, foi dia de festa na família: ela finalmente recebeu alta hospitalar. Mesmo curada, Tuane Ribak vai precisar seguir a vida com bastante cuidado, principalmente por causa da pandemia da Covid-19.

Bárbara, irmã de Tuane, foi a doadora de medula (Fotos: Arquivo pessoal)

Nova rotina e superação 

Como o transplante de medula óssea requer muito mais tempo de acompanhamento, Tuane precisará ficar por pelo menos mais 100 dias em Curitiba (PR), para ser avaliada em consultas e exames semanais, até completar um ano de transplante.

“Esse primeiro ano exige um cuidado maior, pois ficamos mais suscetíveis a infecções. Tenho bastante restrições como alimentares e uma das principais, é que não posso ficar exposta ao sol, por no mínimo um ano e meio. Praia, piscina, também não”, explica.

Mesmo assim, não deixa de agradecer por ter a vida de volta e a saúde recuperada. “Como sempre digo, eu sempre aceitei bem a leucemia. Eu sabia que dá mesma forma que ela veio rápido para a minha vida, eu ia superar e me curar rápido, e foi o que aconteceu. Tive muita fé em Deus, e sempre pedi para ele me desse discernimento para entender tudo o que estava acontecendo”, comenta ela, que diz hoje ser uma pessoa mais humana e que tem mais fé e empatia com os demais.

“Acredito muito que a leucemia veio para me evoluir mais, e ajudar as pessoas que estavam ao meu redor, pois todos mudaram o modo de ver a vida. Isso é o mais gratificante. Recebo mensagens diárias de pessoas que se inspiraram em mim, pessoas que estão passando por doenças, que tiram forças através da minha história. E eu me sinto muito feliz com tudo isso. Quando recebi a notícia da pega da medula, passou um filme na minha cabeça a é automaticamente sumiu todos os medos que eu tinha adquirido nesse tempo. Ficou somente os momentos bons e a gratidão por Deus ter me escolhido para passar por isso”, finaliza.

Pedido

Tuane Ribak, em meio aos agradecimentos, fez um pedido especial para a comunidade em geral. Levando em consideração que muitas outras pessoas necessitam de doação de sangue, bem como medula óssea, a jovem ponteserradense pede para que se cadastrem no Hemosc, para assim estarem ajudando a salvar mais vidas.

“Quero agradecer à todas as pessoas que de uma forma ou outra me ajudaram, em forma de orações, de doações de sangue, de plaquetas, pelas mensagens positivas que recebi de pessoas que não conheço, toda equipe médica da Unimed e do Hospital Nossa Senhora das Graças em Curitiba, que não mediram esforços em meu tratamento, a Paróquia Santo Antônio de Pádua, em especial ao Padre Paulo que rezou todas as missas intenções de cura para mim, meus amigos, minha família, enfim… à todos que acreditaram na minha cura. E principalmente à Deus e Nossa Senhora das Graças, que me concederam o milagre da cura”. (Reportagem Oeste Mais)