O presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, disse que a companhia aérea vai fazer o transporte de graça de qualquer vacina aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser distribuída no país. A medida inclui as doses que forem enviadas pelos outros países ao Brasil.
O anúncio foi feito em evento no Aeroporto de Brasília na últimas quarta-feira com a presença do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Posteriormente, o presidente da Azul conversou com os jornalistas.
“Em qualquer voo da Azul, nós vamos transportar de graça qualquer vacina que vier dos outros países. Nós temos toda a conectividade. Temos 800 voos por dia”, afirmou.
Segundo Rodgerson, com 5 mil doses em cada voo, é possível vacinar o país inteiro em 2 meses. Ele disse que está animado para dar apoio ao governo e ao ministro da Saúde, que está em conversas com a Azul para viabilizar os transportes. Não há prazo para a medida começar a ser implementada nos voos da empresa.
“Nós queremos nos livrar da covid-19 o mais rápido possível. E, por isso, nós estamos fazendo esse anúncio hoje. Porque nós queremos fazer a nossa parte”, declarou John Rodgerson. “Foi um ano difícil para o mundo em quase todos os setores. Mas estamos aqui para dizer que a Azul está de volta. Estamos servindo 113 cidades, nós vamos voltar a crescer”, completou. Em outubro, a empresa operou 85% da malha doméstica, segundo ele. “Nós achamos que nós temos um dever de ajudar o governo a distribuir a vacina.
O transporte das vacinas será feito em favor de qualquer governo ou vacina. A medida vale para todo ente público que precisar de apoio. A empresa está em negociações com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o Ministério da Saúde para estabelecer os critérios do que será necessário para transportar as doses.
O governo federal vai coordenar a ordem das viagens e pedidos. O projeto ainda está em negociação e deve avançar ainda nesta semana, segundo os executivos da Azul.
A empresa convidou autoridades do Executivo, como os ministros Eduardo Pazuello (Saúde), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), e congressistas. Fabio Campos, diretor Relações Institucionais da Azul, afirmou que o evento foi uma forma de agradecimento às medidas de ajuda ao setor. Também para apresentar a proposta aos representantes públicos .
De acordo com Campos, o ano foi difícil para vários setores, principalmente para a aviação. “[Foi no intuito de] Agradecimento a todos os entes públicos, seja governo, Congresso, Estados, municípios, agências, órgãos. Foi um evento para agradecer a todo o poder público, a todas as autoridades por tudo o que foi feito durante essa pandemia para que a gente pudesse superá-la”, afirmou.
OPERACIONALIZAÇÃO
A diretora de Cargas da Azul, Isabel Reis, afirmou que a companhia é a 2ª maior empresa de cargas do Brasil. “Além das 113 cidades que nós atendemos com as nossas aeronaves, nós temos mais 280 lojas que são nossos franqueados e atendemos quase 4.000 municípios no Brasil”, afirmou.
As vacinas serão alocadas em aeronaves específicas para carga e em outras que transportam passageiros. Citou os modelos A330 e o 737 para o transporte. “Cada avião tem uma capacidade e uma volumetria. Hoje nós representamos 38% dos transporte de carga do Brasil e fazemos também voos internacionais”, disse.
A Azul já faz o transporte de vacinas, como o H1N1. As doses produzidas pela Pfizer e BioNTech contra a covid-19 precisam ser armazenadas em ambientes com temperatura abaixo de -70º C. A empresa disse que se prepara para atender às exigências de qualidade. “Se forem as outras vacinas de 2º a 8º C, hoje nós já fazemos”, afirmou Isabel Reis.
PREÇOS DAS PASSAGENS
Questionado se o transporte de cargas gratuito pode elevar os valores das passagens aos consumidores, o presidente da Azul disse que os preços estão baratos porque tem menos pessoas viajando. “Isso não tem nada a ver com passageiros e tarifas. É um objetivo para ajudar o Brasil”, afirmou.
Fonte: Michel Teixeira