Era por volta de 16 horas da última terça-feira, dia 8, quando o casal Alan da Silva, de 25 anos, e Danyelli Lima, de 21, chegaram ao rio Uruaguai, em Mondaí, no Extremo-Oeste. Mas o que era para ser uma tarde de lazer, se tornou um fatídico acidente que resultou em afogamento e na morte de Alan.
O casal, que estava noivo, desviou a rota das compras para o chá de panela e resolveu aproveitar a tarde no rio. “Estávamos indo comprar as últimas coisas para a decoração do chá, que aconteceria no próximo sábado, mas estava muito quente e resolvemos ir ao rio”, conta Danyelli.
A jovem relembra que os dois se distraíram e quando perceberam ela não conseguia mais ficar em pé. “O Alan pegou meu braço e eu tentava nadar. Ele não me soltava tentando me salvar. Até que nenhum dos dois conseguiu mais ficar para cima da água”.
Ambos se afogaram e Danielly conseguiu ser resgatada por populares e encaminhada ao Hospital de Mondaí. “Saí da água inconsciente e me falaram que eu boiei e conseguiram me puxar, mas o Alan não boiou, ele sumiu na água”, lamenta.
Junto com o casal estava a filha de Alan, de três anos. Ela estava com o pai para passar as festas de fim de ano. A menina não entrou na água e ficou com a irmã de Danyelli enquanto Danyelli e Alan entraram no rio.
O corpo de Alan foi localizado pelo Corpo de Bombeiros de Iporã do Oeste por volta das 20h de terça-feira.“Ele sempre vai ser lembrado como meu herói que deu a vida dele para me salvar. Um homem querido por todos, de poucas palavras, humilde e de coração sábio”, recorda a jovem.
Sonhos interrompidos
O relacionamento de Danyelli e Alan começou no dia 6 de agosto. Eles já se conheciam de um grupo de jovens da igreja a qual frequentavam. “Ele começou a curtir minhas fotos, mas se achava feio para me mandar um oi. Eu tive coragem e o chamei. Dali em diante nunca mais paramos de nos falar”, conta.
Danyelli relata que em pouco tempo viveram cada momento como se fosse o último. O casamento estava marcado para o dia 16 de janeiro e Danyelli já havia feito a escolha do vestido. “Não queríamos perder tempo. Sabíamos que nosso desejo era passar o resto de nossos dias juntos”.
Alan era natural de Palmeira das Missões (RS) e trabalhava em uma fábrica de móveis em Mondaí. “O que era importante para os outros, como bens financeiros, para o Alan não fazia sentido. Para ele a vida era amar, pescar, tocar pandeiro e bateria. Ele adorava estar em contato com a natureza. Fará muita falta”, declara Danielly.
Fonte: Oeste Mais