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Estiagem deixa prejuízo superior a R$ 200 milhões na região do Alto Uruguai Catarinense


O fenômeno La Niña, que vem atuando no Hemisfério Sul neste ano, causou uma das maiores estiagens registradas nas últimas décadas. De agosto a novembro de 2020 os volumes de chuva ficaram muito abaixo da média histórica no Oeste catarinense.

Um exemplo foi o mês de outubro, que teve apenas 18 milímetros de chuva em Seara, segundo dados da Estação Agrometeorológica da Epagri. A média para o mês é de mais de 200 milímetros.

Os prejuízos, principalmente na agricultura, começam a ser contabilizados. A estimativa é de que as perdas sejam superiores a R$ 200 milhões. Conforme o gerente regional da Epagri, engenheiro agrônomo Rafael Prezotto, “nós tivemos grandes perdas produtivas no aspecto agrícola, especialmente nas lavouras de Verão. A estiagem atingiu a safra do milho na nossa região e fez com que muita gente retardasse o plantio, o que também acaba diminuindo um pouco a produtividade das lavouras de grãos”.

Prezotto destacou que, “além do aspecto agrícola, também na pecuária tivemos bastante prejuízos na produção leiteira, visto que boa parte dos sistemas produtivos precisam de chuva para o desenvolvimento das pastagens. Mesmo quem tem animais confinados, o prejuízo acaba ocorrendo pela elevação do custo de produção da silagem e até mesmo a falta de complemento alimentar para o animal”. Ainda conforme o gerente regional da Epagri, nas demais atividades, como suínos e aves, o prejuízo é maior para as propriedades que não têm estrutura para armazenagem de água, pois não foram alojados animais nesses locais.

Quanto às perdas, Prezotto salientou que é cedo para precisar os números, mas que devem chegar a R$ 220 milhoes. “A estimativa está sendo feita pelos técnicos da Epagri em cada município, mas já somam valores altos em cada localidade. Logicamente que a confirmação desse valor vai acontecendo conforme vai sendo possível fazer as avaliações, inclusive no aspecto das lavouras. Agora que choveu precisamos reavaliar”.

A chuva do final do mês de novembro e início de dezembro trouxe alento aos produtores. Conforme o engenheiro agrônomo, “com a chuva dos últimos dias houve resposta muito boa para quem tinha o milho recém-plantado ou mesmo aquele que já estava em desenvolvimento. Também foi uma oportunidade para quem ainda não havia plantado. No caso das pastagens, voltamos a orientar o uso de sistemas perenes que, com essa chuva, em cerca de 10 dias já viabiliza pasto fresco aos animais”.

Emergência

Seara, assim como os demais municípios da região, decretou situação de emergência em função da estiagem. O Governo do Estado já reconheceu a situação de emergência na Amauc de Ipumirim, Ipira, Xavantina, Arvoredo, Concórdia, Lindóia do Sul e Peritiba. (Jornal Folha Sete)