De acordo com o coordenador de Operações da Dívida Pública , Roberto Lobarinhas, a Dívida Pública Federal (PDF) no Brasil deverá fechar acima da média, sendo R$ 4,9 trilhões neste ano de 2020. Um dos fatores seriam a melhoria das condições de mercado e a necessidade de recompor o caixa, diz o especialista. Em novembro, a DPF fechou em R$ 4,788 trilhões.
Segundo Roberto, com a diminuição do risco país e dos juros de longo prazo, surgiu a oportunidade para o Tesouro lançar títulos no mercado e dar mais conforto à gestão da dívida pública está em alta. No mês de novembro, as emissões chegaram a R$ 158,82 bilhões, sendo o segundo mês com mais lançamentos desde os últimos tempos, só perdendo para outubro, com R$ 173,26 bilhões.
“O Tesouro tinha a opção de emitir menos ao longo desses meses, mas o mercado em novembro e dezembro se apresentou de uma forma tão positiva e a qualidade das nossas emissões foi tão superior que o Tesouro optou por emitir volumes maiores”, afirmou Lombarinhas.
Resultado da inflação
Por conta do desequilíbrio provocado pela inflação da área da agricultura, a fatia de títulos prefixados (com juros definidos com antecedência) fechou novembro acima da meta estabelecida pelo Tesouro para o fim do ano. A proporção de papéis atrelados à Selic (juros básicos da economia) ficou abaixo do limite mínimo.
Em novembro, os títulos prefixados corresponderam a 34,16% do total da DPF, acima da banda de 30% a 34% em 2020 estabelecida pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro. A participação dos papéis corrigidos pela Selic encerrou novembro em 35,57%, abaixo da banda de 36% a 40% fixada pelo PAF.
Conforme Lobarinhas, a proporção dos dois tipos de papéis na dívida pública encerrará 2020 "levemente desenquadrada" em relação às metas do PAF. Com a alta do preço dos alimentos nos últimos meses, a taxa Selic, atualmente em 2% ao ano, passou a perder para a inflação, que deve encerrar o ano em 4,39%, o que tem provocado a migração dos investidores de títulos corrigidos pela Selic para papéis prefixados.
Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o dinheiro com alguma correção, que pode ser prefixada ou seguir a Selic, a inflação ou o câmbio.
Fonte: Agência Brasil